terça-feira, 17 de novembro de 2009

Ground zero

Muito bem lembrado. Postado. Os créditos de quem lembrou eu não vou dar. Peço perdão por isso.

Da vez primeira em que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois, de cada vez que me mataram
Foram levando qualquer coisa minha...
E hoje, dos meus cadáveres, eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada...
Arde um toco de vela, amarelada...
Como o único bem que me ficou!
Vinde, corvos, chacais, ladrões da estrada!
Ah! Desta mão, avaramente adunca,
Ninguém há de arrancar-me a luz sagrada!
Aves da Noite! Asas do Horror! Voejai!
Que a luz, trêmula e triste como um ai,
A luz do morto não se apaga nunca!


Mario Quintana

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

4 de 10

Não resisto, é um video velho e provavelmente todos já viram mas eu não me canso de ver. Ando sem saco pra postar então deixarei com mais um video da minha lista de favoritos do youtube. Acontece que minha TPM alcançou niveis extraordinários. Não que meu mau humor por aqui não seja uma constante, mas é que eu com essa greve de bancos, a falta de dinheiro, de tempo eu fiquei pior. Cheguei o fundo do poço da chatice. Até me afastei dos amigos, ando meio reclusa, sem querer forçar ninguém a me aguentar. Nada para se preocupar de fato, , tirando os problemas acima o resto corre lindamente, posso até dizer que estou feliz, o que torna essa TPM ainda mais inexplicável.

Bom, provavelmente lá pro final da semana tudo ja deve ter voltado ao normal e meu mau humor vai ter sido reestabelecido e voltado a ser engraçado. Enquanto isso, gostaria de propor uma brincadeira. Curtam esse vídeo que eu adoro. Quem sabe você não se identifica com alguma das cenas. Ou várias. Niguém vai julgar se for com todas ok? Se quiserem podem comentar quantos dos dez vocês praticaram ou praticam (repito mais uma vez, não estou aqui pra julgar ninguém).

Quero ver quem tem coragem de assumir.




P.S. Da pra entender o nome da maior parte das drogas mas eu vou colocar a tradução de todas por que alemão é foda. 1) Heroína 2) Haxixe 3) LSD 4) Cocaína 5) Álcool 6) Valium 7) Ecstasy 8) Cola de sapateiro 9) Absinto 10) *Todas as drogas juntas


sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Heteros, que heteros?

Negócio que me deixa chateada é eu ter uma informação e querer passar mas todo mundo já sabe. Me faço de doida e conto tudo de novo, só de mal.

A questão é, tem uns dias, semanas, acho, Dentista me mandou um video genial de uma nova série da Fox. Depois de formatar duas vezes o computador em um mês eu resolvi que não a baixaria, só procuraria coisa ou outra no meu salva vidas Youtube. E não é que ela virou febre e todo mundo ta postando no Twitter? Revolta! Eu, do fundo do meu coração despeitado, acho que tudo de bom ja tá no youtube, que não vale a pena acompanhar mais esse folhetim. Já tenho muitos pra me preocupar.

Vou deixar, praqueles que nunca ouviram falar, dois teasers. Quem se interessar baixa, quem não se interessar ou não souber fazer fica que nem eu, dando pinta de desinteressada. FKDK.

Bom, Glee é uma denominação (em inglês, of course) para corais masculinos que cantam à capela. Na série cantam meninos e meninas (eu sei, não faz muito sentido não. Nem deve ter tantas refererências bacanas...) Esse video é do primeiro episódio. Nada demais, só uma autoreferência. O segundo é muito mais divertido (foi esse que o dentista me mandou. Se perder a paciência, o melhor acontece a partir do minuto 2:35). Tem outros videos "interessantes" um dueto de "Maybe This Time" de Cabaret e o final da temporada que foi "Somebody to love" do Queen. Repara no repertório... This is the most gay TV serie ever!!!!








Equilibrando um pouco a balança, por que afinal de contas meu blog é bem democrático, fica a dica para aqueles que curtem o mundo tosco de um solteiro convicto, pobre, e muitas vezes porco. É um programa do canal Brasil chamado Larica Total. Imperdível. O tal solteiro ensina a outros homens aquilo que ele chama de "Culinaria da guerra", que basicamente é utilizar aquilo que encontrar na geladeira num dia de ressaca. As vezes não dá certo mas homem que é homem "engole o choro!" Daqui uns dias, quando o Bruno Mazela encher o saco de todo mundo, o Fantastico vai passar. Aposto.

Tem muita coisa no youtube, eu que tô com preguiça de baixar, mas quem quiser começar por algum lugar vai no Frango Total Flex. Depois é só fechar o olho, escolher outro e continuar assistindo. Só o Macarrão Salva também é engraçado. Indicação do Inútil do meu Ódio.

Enjoy


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

It just got so hard

Depois de tanto tempo e de tantos pedidos eu vou postar esse vídeo. Relutei muito apesar de gostar demais, apesar de ser da minha série favorita, mas é que ele diz muito sobre mim e garotas de cabelos encaracolados.

Não gostaria de estabelecer relação com minha vida pregressa apesar de saber que links surgirão. Sempre aparecem, Machado de Assis tá ai para provar. (Ao dizer isso não me considero uma escritora, nem mesmo perto de um ser humano perto da genialidade dele. Outro parêntese. Sim, prefiro Graciliano Ramos, pessoa que jamais deveria ter citado neste post, tamanha insignificância minha)

Repito, relutei e nunca achei situação apropriada para postar. Ou talvez tenha encontrado situações apropriadas demais pra postar. Odeio o óbvio, mas deu trabalho para colocar as legendas e eu acho indigno o trabalho inútil. De tanto esperar entendi que não apareceria mesmo a situação perfeita, que o tornasse correto. Então postei. Pronto. Sem maiores explicações.

Sei que esse vídeo me desnuda em tantos níveis, mais do que a maioria de vocês possam enxergar. Ele chega a ser pornográfico mas por outro lado fala de uma epifanias e dignidade que eu busco. Hoje, para o deleite de vocês, ou desprazer, a minha imagem "quase-semi-nua." Provavelmente vocês interpretarão de forma diversa da minha, mas como havia dito, não havia situação apropriada para este post. Guardo para mim o legítimo direito de entender tudo e ainda assim gostar. Por que de mim eu gosto. E da Carrie. E da k-k-k-katie.

Forget it. Just watch and enjoy




Ai caralho, postei bêbada

Mais do mesmo

Ninguém pode calar dentre mim
Esta chama que não vai passar
É mais forte que eu
E não quero dela me afastar

Eu não posso explicar quando foi
E nem quando ela veio
E só digo o que penso
Só faço o que gosto
E aquilo que creio

Se alguém não quiser entender
E falar, pois que fale
Eu não vou me importar com a maldade
De quem nada sabe
E se alguém interessa saber
Sou bem feliz assim
Muito mais do que quem já falou
Ou vai falar de mim

É diletos, a tão temida (por mim, pelo menos) lei antifumo chegou às terras alencarinas. E confesso que andava um pouco desconfiada, receosa quanto ao fato dela ser seguida por aqui. A verdade é que está sendo sim. Alguns lugares não só proibiram como também não disponibilizaram espaços para que esta atividade seja praticada what-so-ever. O cumprimento desta lei em cidades como São Paulo acarretaram uma nova ordem de problemas. O primeiro deles é a sujeira que as pontas de cigarro fazem já que não é permitida a colocação de cinzeiros nas calçadas. O segundo é a poluição sonora nas portas dos tais estabelecimentos, o ruído que os duplamente mal educados fazem. O terceiro e mais danoso é o prejuízo financeiro. Recentemente foi calculada uma redução de faturamento de quase quarenta por cento em pubs e boates.

A boa notícia é que novas soluções estão sendo buscadas para que fumantes e não fumantes convivam harmoniosamente. Aparentemente percebeu-se que esta lei, ao contrário do que se imaginava, não mudou os hábitos dos fumantes. Estes continuam frequentando a noite, só que agora superlotando estabelecimentos comerciais que ofereçam espaços apropriados para que seus cigarros sejam apreciados com deleite e não em lugares que associo aos vales destinados aos leprosos.

Graças ao Twitter eu descobri um site em bacana que trata o assunto de forma aparentemente séria que me fez sentir menos irracional quanto às minhas queixas em relação à minha liberdade de escolha e a coação. Não vou mais falar do sinto de segurança ou da gordura trans, juro. O que eu realmente temo é que, com a chegada dos novos direitos adquiridos pelos não fumantes, outras minorias excluídas e politicamente incorretas sejam perseguidas pelos moralizadores e sua linda fórmula de eugenia, seus atestados de bons costumes e práticas saudáveis.

Gordos do mundo uni-vos. Nós , findada essa discussão sobre o tabagismo, seremos os próximos a sermos acusados de contraproducentes gastadores do dinheiro público, mal educados e sem vergonha na cara por não mudarmos de hábitos mesmo sendo "comprovado cientificamente" que a gordura abdominal é nociva ao coração e ao caralho de asas.

Ao contrário do que todos imaginavam, inclusive eu mesma, sou a favor dessa lei. Sou a favor, inclusive, de seu cumprimento, para que finalmente cheguemos a uma zona de conforto, satisfatória para todos, para que meu (mau) hábito saia finalmente da berlinda e que eu possa satisfazer em paz meu vício perfeitamente legal.

Enquanto este dia não chega, eu me contento em frequentar meu bar-pé-sujo-de-cada-dia que, não só autorizou minha prática, como comercializa meus saches de câncer em forma de canudinho. Infelizmente, em protesto, aviso aos navegantes que não me convidem para festas em ambientes para não fumantes. Não vou, não preciso me prestar a este Papel de implorar para sair e dar uma fumadinha rápida do lado de fora. Me nego a dar o prazer aos agora-felizes-e-cheirosos-não-fumantes de torcerem suas caras e correrem apressados nas calçadas para me falarem sobre seus direitos e aquelas balelas sobre parar de fumar que todos conhecemos. Não, não vou aproveitar para parar de fumar. Desculpem-me aqueles que acham que encontraram um bom e convincente argumento para virarem pessoas boas e saudáveis. Eu prefiro o açúcar, a manteiga e o cigarro. Sigo o exemplo dos gays, que quando está quase comprovado que casamento é o maior fracasso institucional do mundo eles ainda insistem que querem o direito de cometê-lo. And so do I.

P.S. Pra quem interessar o link dos Fumantes Unidos é http://www.fumantesunidos.org/


quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Hopes and dreams of "second" chances

A vida é muito engraçada, maior parte da graça tá nos ciclos e padrões que a gente estabelece, nas relações e nas experiências diárias. Tudo se repete da forma mais bizarra. Lembram do Bizarro do Superman? Olha só...

"As duas versões do Bizarro interpretam o sentido o oposto das palavras, como Salvar= Matar, Bom= Mau e Amor= Ódio. É o resultado dessa sua imperfeição que o leva a ser um vilão, visto que em várias ocasiões Bizarro apenas causa problemas por tentar agir como o Super-Homem, mas falha ao agir do modo oposto, graças à sua lógica 'bizarra'" - Wikipédia

Olha só como essa minha teoria se confirma nas menores coisas... Vamos falar das relações amorosas por que é sobre o que mais reflito ultimamente.

Você conhece alguém por quem se interessa. Antes de trocarem telefones fica aquela tensão, perguntando para os amigos dos amigos do paradeiro daquela pessoa e segue com aquele friozinha na barriga pela expectativa de se encontrarem e finalmente a coisa rolar.

Rolou, e para abreviar tudo, eu vou fazer de conta que telefones, e-mail e, por consequência, MSNs foram trocados. Na sequência o Orkut. Pulamos o incio tímido, chegamos ao meio de campo em que os dois fingem trabalhar pra se falar online. Quando aquela mensagem de Ocupado, que nunca sai do msn de ninguém, é ostensivamente desprezada. E, finalmente, chegamos ao namoro.

O início é aquela coisa ma vie en rose. Muitas mensagens de texto, saudades, o sono não chega nunca por que você não pára de pensar no outro, quando finalmente dorme sonha com ele (ou ela, não julgo). Acorda suspirando. Ouve Chico Buarque, e sofre, e sonha pensando nos erros já cometidos, nas relações passadas, como tudo foi difícil. Tudo sob uma ótica cor de rosa. Vai dar tudo certo. Dessa vez vai, tem que dar.

Finalmente a relação acaba. O que se vai fazer com o Orkut e a pessoa que insiste em entrar bem na hora que você entra? Com o Google talk que insiste no sinal de ocupado, sem nunca aparecer a bolinha verde do "disponível"? Com as saudades? Com a isônia por que você nunca pára de pensar no outro e quando dorme sonha com ele? Com o frio na barriga quando esbarra em público com ela? Resposta:

Acorda suspirando. Ouve Chico Buarque, e sofre, e sonha pensando nos erros cometidos, nas relações passadas, como tudo é dificil. Mas que vai dar tudo certo. Sempre dá, essa é a ótica cor de rosa e bizarra.

A ótica que substitui o amor de salvação pelo amor de perdição (Salvar= Matar). A ótica que que não revela vilões nem mocinhos (Bom= Mau) e finalmente aquela que substitui as lembranças boas apenas pelas ruins (Amor= Ódio) para o dia ficar menos longo. Pelo menos até segunda ordem. Tempo ao tempo para que ele opere seus milagres.

O mais estranho é que acontece. Mais dia, menos dia a gente fica pronto pra iniciar tudo de novo. Com sonhos e esperanças de segundas chances. É ou não é bizarro?

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Pois é, fica dito o redito

Gente, gostaria, antes mais nada, pedir deculpas pelos dois últimos posts. Tudo se resume a uma velha e boa ressaca, moral e física. Tragédia, uma lástima, mas explicarei o que aconteceu.

Tudo começou num final de semana, não esse passado, o anterior.

Era uma vez em uma bela tarde de sábado em que rumamos, eu, Lingua, sua prima, Ministra e seu marido, o Primeiro Ministro para o Beach Park, melhor, Acqua Park. (Dona rica nada, cortesia).

Bom, eis que resolvo ir em um dos brinquedos, o tal de Calafrio (desaconselho fortemente para os fracos de corpo e espírito que nem eu). Dulpo eufemismo, o nome e o fato de classificarem aquilo como brinquedo. Continuando. Eu e Ministra subimos, carregando uma bóia enorme, dois lances de escada (parece nada, ne? Pois vá...). Chegamos finalmente ao topo exaustas. Chegada nossa vez eu me acomodo na bóia (esperta como só eu mesma, peguei o pior lugar, dos que descem de frente e veem a desgraça comendo de esmola) . Peço uma pausa falando baixinho pra prima que "o arroz estava queimando". Vocês não acreditam na desfaçatez do EMPURRADOR DE BÓIA (?!) . Sabe o que ele fez? Na maior cara de pau disse "Se queimar não dá pra comer" Tu acha? Eu levei uma cantada infame de um, de novo, EMPURRADOR DE BÓIA!!! Afronta.

Dentre todos os desastres que poderiam ter acontecido, aconteceu esse. Eu podia ter fraturado alguma vétebra, ficado paraplégica, mas não, foi isso que me aconteceu num lugar tão cheio de perigos. Sem contar a injustiça que é você estar no meio de tanta gente gorgeous(!!!!) de biquini. Parecia um daqueles pesadelos em que você vai nu pro colégio, sabe?

Enecerrada nossa pequena incursão no mundo dos ricos e bonitos pulemos para a festa dos quintos dos infernos do domingo. "Pool party". Fino, não? Parece mas não é. Festa marcada para iniciar meio dia e terminar meia noite. Finos que somos, chegamos eu, Lingua e Hype às quinze horas. Parecia uma boa idéia já que a festa havia oficialmente iniciado três horas antes, não? Noooooot!

Quando nós chegamos havia uns três ou quatro exemplares de cafuçus. E não dos esporte-fino. Daquele modelo que pega a Topic 55 pra ir pra Praia do Futuro.

Cerveja cara. Quatro reais. Skin. Médio gelada.

Tédio, tédio, tédio... eis que surge o casal-alegria-da-festa. Ela de bota cano alto, meia fina, trench colt. Tudo preto. Ele. Sobretudo, sapato social e meia bege, peruca longa do comprimento Igreja Universal e chapeu coco. Também todo de preto. Circula, circula... ambos partem para a primeira troca de roupa. Ela, agora descalça, de top curtinho e shorts tão curtos que os pentelhos pulavam para fora. Ele. Cueca Branca. Red Nose. Pulam na piscina. Uhuuuu!!!

Eu acreditava piamente que haveria uma art performance mas não teve. Foi só mico mesmo. Fizeram um petit pool party mas logo se cansaram. (Nessa altura do campeonato a gente já tinha certeza que a festa havia flopado) Deixaram a piscina e partiram separados para as outras aventuras.

Ela, pobre coitada, provou ser apenas escada do rapaz por que ninguém mais soube notícias dela. Ele, por outro lado, se agarrava panoramicamente no pula pula com outros garotos. De cueca (sim). Branca (sim). Molhada (sim). Sempre que secava ele ia lá e molhava de novo. O pula pula mais parecia a barraca do beijo, entreva um, saía outro e o rapaz com gosto duvidoso para cuecas continuava lá.

Mas como tudo na vida cansa, com ele não foi diferente. Quando ele se entediou de vez dos prazeres da carne resolveu que seria apropriado meditar. Sim. De cueca. Posição de Lótus e lá ficou, polegares unidos aos indicadores sobre os joelhos. Ooooooooooom. Om shiva Om Shakti Namah Shiva Namah Shakti

Pois é pois é pois é. Bizarrices à parte resolvi que tomaria algo pra me sentir melhor, mais bonita, mais incrível, essas coisas. Deu certo, até certo ponto. Até eu chegar em casa e passar mal. Até eu acordar péssima, deprimida e assim ficar por toda semana. Não fosse por isso, ninguém, além dos que foram para a festa, and belive me, não foram muitos, ninguém saberia dos meus passamentos. Claro, se eu houvesse resistido e não tivesse escrito nada. Now everybody knows I'm such a loser. Pior, daquelas que sofre e torna público. Ou seja do tipo mais patético e cafuçu.

Normal. Papel de Enrolar Prego às vezes vira Kleenex, não é raro, é bem comum ultimamente, mas toda vez me sinto compelida a dizer que não acontecerá de novo. Tudo que não foi expurgado voltou forçosamente para dentro. A carcaça subiu e besta fera despertou. Proibi músicas e livros no meu quarto. Nada de Clarice, Caio, Pessoa ou Chico. Acredite se puder.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Momento: Sou brega sim, e dai?

Sabe o conto de fadas, novela do Manoel Carlos, comédia romântica estrelada pela Julia Roberts e Hugh Grant? O discurso final em que os dois se acertam? Pois é. É isso que uma garota gosta de ouvir por mais prego que seja. É assim que se faz, quer ver?




humpf!!!

Tantas Palavras

Tantas palavras
Que eu conhecia
Só por ouvir falar, falar
Tantas palavras
Que ela gostava
E repetia
Só por gostar

Não tinham tradução
Mas combinavam bem
Toda sessão ela virava uma atriz
''Give me a kiss, darling''
''Play it again''

Trocamos confissões, sons
No cinema, dublando as paixões
Movendo as bocas
Com palavras ocas
Ou fora de si
Minha boca
Sem que eu compreendesse
Falou c'est fini
C'est fini

Tantas palavras
Que eu conhecia
E já não falo mais, jamais
Quantas palavras
Que ela adorava
Saíram de cartaz

Nós aprendemos
Palavras duras
Como dizer perdi, perdi
Palavras tontas
Nossas palavras
Quem falou não está mais aqui


Chico Buarque

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Bruto sucesso em Quixeramobim

Falta de perspectivas futuras na carreira? Pouco dinheiro no banco? Sequência de relações fracassadas? O dia é curto e os livros são muitos?

Gente, escuto isso todos os dias de amigos, colegas, conhecidos, caixa do McDonalds. Virou reclamação generalizada ou a coisa tá preta mesmo? Muitos dias penso que sim, me pergunto qual a finalidade de tudo isso. Me revolto e digo "Foda-se, a vida é apenas um dia após o outro e fim de papo"

E quanto a velhice, também não me preocupo, não ficarei velha jamais. Sedentária, onívora, fumante, bêbada e gorda. Pra piorar nunca durmo bem e sofro de uma ansiedade crônica. Meus sisos nunca nasceram, ainda sou uma criança presa nesse corpo que observo cheia de poréns. (Não bastassem tantos problemas ainda tenho que me preocupar com meus peitos que não são mais os mesmos?)

Em inglês o dente siso é chamado de "dente da sabedoria", de verdade. Correndo o risco de ser chamada de Glória Perez por conta da tradução simultânea... "wisdom tooth" é o nome pelo qual ele é conhecido. Viu? Eu só nasci com dois e mesmo assim eles nunca foram sábios o suficiente para eclodirem.

Evoluída uma ova, eu sou uma louca. A angustia é um sentimento que me acompanha sempre. É por isso que eu resolvi rir (muito) disso tudo, por que, pasmem, muita gente sente o mesmo. Fernando Pessoa, Silvia Plath e até o tudo de bom do Chico Buarque são/eram assombrados por esses fantasmas presentes na vida de todo ser humano. Maldita capacidade de refletir!

Tá bom, alguns não se preocupam com dinheiro no banco, muito menos com o dinheiro pra pagar a plástica, as viagens, os empregados e os michês. Mas pode procurar, tem sempre uma tonelada de merda por trás de pessoas bem sucedidas. Pais ausentes (isso, as pessoas também se queixam disso), falta de amigos sinceros, a viadagem dentro do armário e por aí vai...

Queria dizer aos meus diletos amigos que matam mil leões por dia, que passam por esses problemas de forma sazonal que riam um pouco comigo. Isso tudo é um processo normal que passa, dá uma folguinha e volta todo de novo, só que com a roupa da nova estação. E viva John Gallianno, aquele estilista que se veste mal, é feio, mas que dita todas as tendências de moda do ano que vem, inclusive as mais inimagináveis e extravagantes. Que nem o nosso Deus sádico.

Bom video.

Adoro, acho a minha cara. Pra minha sorte não foi Ivete quem gravou. Foi Chico e Ney, meus amores.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Para Wong Foo, obrigada por tudo! Julie Newmar



É sempre assim que eles começam "Post difícil esse... "

Quase sempre que um querido aniversaria eu escrevo. Dependo do tempo e da verve. Esta última fugiu de mim como o diabo foge da cruz. Os últimos post eram feitos da mais pura crap. Falta de constância na escrita aliada a uma total falta de inspiraçao já tornam bastante dificil o ato de escrever. Eu sou assim, tenho que me manter escrevendo para que seja natural a escrita. Nunca consegui eleger uma pauta escrever sobre ela. Só acontece quando acontece. Isso se aplica em quase tudo na minha vida.

Ela me encomendou esse post e eu prontamente disse que faria, apesar de saber que seria bem difícil falar sobre ela. A dedicatória curta do livro que lhe dei ano passado eu passei quase um ano para escrever.

Acontece que ela nunca me pede nada. Como eu haveria de negar um pedido desses, tão gratuito? Parecia importante que eu escrevesse. Me senti lisonjeada, afinal de contas não é todo dia que se recebe uma incubência dessas de pessoa tão especial. E comigo acontece dessa forma, o que ela me pede eu atendo mais que prontamente, pra onde ela me chama eu vou, feliz da vida.

Então, uma semana adiando esse post, fuçando meus alfarrábios mentais, tomando drogas lisérgicas o final de semana inteiro pra ver se a inspiração chegava e... nada. Agora danou-se, tenho que escrever estas poucas linhas insignificantes pra uma grande amiga. E o post tem que ser lindo, eu me cobro, afinal de contas, é uma pessoa que não só visita constantemente o Papel, como comenta e constrói diversas pautas, foi protagonista de muitas histórias cheias de humor e glamour.

É dela, quase exclusivamente, que retiro indicações para livros e filmes. Lógico que existem outros, mas por favor, não reclame, quem se achar profundamente ofendido pela afirmação. Esperem seus aniversários e as devidas homenagens. Agora a hora é dela, e chegou tarde e chegou pobre.

Uma das pessoas mais cultas e viajada que eu conheço. Afinal de contas, como eu poderia citar em uma mesma frase Crato e Pina Bausch? Como eu poderia citar o Hotel Danieli de Veneza e Marcelo Mastroianni? Como eu poderia falar em aniversario em Las Vegas assinstindo o Love do Cirque du Soleil? Ou o MacDonalds com hamburguer de carne de bode no Marrocos?

Também ela é devoradora de biografias e conneceur das grandes obras clássicas da Literatura mundial. Sim ela ja leu de tudo e lê meu blog, meu humilde blog. Por que ela é assim hi-low, meio Scarlett O´Hara meio Viridiana. Meio Häagen-Dazs, meio picolé Pardal. Meio Taj Mahal, meio Arlindo. Meio calça de veludo meio bunda de fora. Tem um apartamento na Beira Mar mas nunca compra cigarros. Se tem prefere acabar os cigarros alheios antes de pegar seus próprios, e sempre, SEMPRE rouba os isqueiros.

Pra você minha Golpista favorita, a única amiga que tenho que é um travesti preso no corpo de uma mulher. O nome do post trata de um filme péssimo, hi-low como você é, merece um filme ruim no inicio e uma poesia boa no final. Do Caeiro, especialmente pra você.


"Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu."

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Enchimento de linguiça

Mulher sabe, por mais que nao se espere muito pra ser atendida no salão isso não significa que você não vai passar bastante tempo na ociosidade. Sempre tem espera. Tem dias de pura sorte que você engata uma atividade na outra. Na saída da depilaçao folgam duas manicures (uma pros pés e outra pras mãos) e um cabeleireiro. Isso quase nunca acontece e mesmo que acontecesse com frequência ainda existiria o tempo que vc teria que preencher, ENQUANTO, faz tudo isso.

Tenho pena dos homens que eu conheço, que sofrem sempre que tem que ir simplesmente para aparar os cabelos. Poucos eu conheço que não detestam essa atividade. Gay ou hétero, sempre a mesma reclamação. É pensando neles que eu resolvi fazer esse post. Meio besta, confesso, mas por motivos exclusivamente meus vou publicar mesmo assim. Preciso me manter escrevendo senão eu páro de vez. Por isso, perdoem a babaquice da semana.

Eu preencho meu tempo de acordo com o que eu faço, por exemplo, enquanto faço as unhas das mãos não se tem muitas opções a não ser conversar ou ver tv. Quando estou fazendo o cabelo não da pra ver tv mas você pode "ler"uma revista. Tudo iso pode parecer meio chato pros garotos já que normalmente só passa programa feminino de receitas ou moda e as revistas são de fofoca. Durante a espera eu costumo brincar de algo que vou revelar para vocês. O cúmulo da ociosidade, confesso, mas eu adoro por causa do veneno que eu me divirto em destilar. As vezes eu finjo que essas pessoas são clones de amigos ou conhecidos. Mas repito, a graça da brincadeira tá na maldade, se você não tem talento pra coisa, desista, deixe o cabelo crescer ou compre uma máquina e raspe em casa.

Começo observando as criaturas do salão. Não existe ninguém desisnteressante o suficiente. Tente mais um pouco. Dou nome, profissão e tento adivinhar seu futuro próximo.

Exemplo. Sílvia. Mulher de quarenta e poucos, pulseira, anéis, brincos, colar, relógio e tornozeleira de ouro, tailleur, luzes no cabelo, fazendo unhas e escova enquanto fala no celular e balança distraidamente a chave do seu Corolla novinho. Pensei: Advogada, filhos crescidos, divorciada, adora garotões. Jura que tem bom gosto e diz que queria ser decoradora. Daqui uma década estará namorando um wanna be mágico.

Pro rapazinho que entrou com fones de ouvido do celular, calça jeans e camiseta justa . Pediu para aparar o cabelo na máquina seu cabelo cheio de gel. Vendedor da zoomp, namorando, anda de ônibus, bichinha-pão-com-ovo-alpinista-social. Chama-se Juliano mas quando faz atendimento pensa que gostaria de ser chamada de Joyce. Em poucos anos será visto nas altas rodas.

Pra jovem perto dos trinta, a Ana Paula, voz esganiçada, mega hair, luzes, vestido de gosto duvidoso, cintão, sandália de plataforma, fica arrumando no cabelo enquanto a cabeireiro passa a pranchinha. Trabalha com vendas, namorando a espera da proposta no dia dos namorados. Frequenta o pagode do Colher de Pau. Gostaria de ter um casal de filhos João Pedro e Camila. Vai conhecer um crente, se converter e colar no vidro do uno mille a frase "Deus é fiel".

Fica a dica, hein?

Boa sorte, depois eu quero saber das estórias. Beijo, me liga.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A morte lhe cai bem

Pois é. Essa noite sumiu um avião da Air France. Ainda não deu meio dia e eu não aguento mais ouvir falar em hotéis com psicólogos e assistentes sociais, lista de passageiros, Infraero e Operação de Busca. A manhã inteira entrando Sandra Annenberg pra falar a mesma merda, ou seja, nada. Ainda não tem lista de passageiros nem nada mas daqui a pouco o site da uol vai disponibilizar um espaço para você deixar sua mensagem-de-apoio-aos-amigos-e-familiares-das-vitimas-da-tragédia blá blá blá.

Ana Maria Braga que chamou um grupo de atores do zorra total não pode pedir uma piadazinha infame. Ficou fazendo aquela cara séria e mandando mensagens de fé. Não teve nem TV globinho. Repetindo, POR NADA, nenhuma informação nova, nenhuma entrevista exclusiva com um parente distante de uma família de onze pessoa que estava toda dentro do avião. Quatro gerações.

Desculpem se parece frio por demais da minha parte falar dessa forma mas eu ja vi isso acontecer tantas vezes que já não vejo vítimas, vejo celebridades póstumas. Eu não vejo a imprensa tentando divulgar uma informação importante. Eu vejo uma ruma de repórter repetindo on and on a mesma não-informação. Gabriela de Palhano direto do aeroporto internacional do Galeão com cara de choro pedindo para familiares darem "uma palavrinha" com a imprensa.

Daqui uns dias volta o mesmo papo de buraco no radar brasileiro, caos aéreo et cetera. Os editores de jornalismo da Globo devem estar soltando fogos nesse momento por que a gripe suína já não tava matando ninguém. Aliás, em termo de doença essa tal de gripe suína foi um fracasso, vamos combinar.

Imagina, essa semana nenhuma cidade decretou estado de calamidade pública por conta das enchentes. A policia federam parou de fazer estardalhaço com suas ações desde a Satiagraha. Fudeu. Não tem pauta. Agora não, agora tem pano pra manga pra mói de um mês. Parece que eu tô vendo as crônicas sobre a dor da morte até no Esporte Espetacular. Pena que não tá tendo BBB. O Bial ia adorar dar essa informação aos enclausurados, ia fazer um texto extenso, cheio de lirismo e frases do tipo "como diria o poeta...”

O diretor do Fantástico deve ter ficado fulo da vida. Imagina, ao invés da matéria do Zeca Camargo fazendo aula com o professor de canto da Susan Boyle, entra o drama das famílias reunidas em um salão de conferências do aeroporto sem informação nenhuma ou apoio da Air France. Música dramática e o guichê da Air France vazio. Desavisadamente aparece um faxineiro que se esconde com uma cara desconfiada. A aeronáutica, marinha e exército prometendo iniciar as buscas na manhã seguinte. O Sarkozy triste por que o ano da França no Brasil tá um desastre. O Obama oferecendo um submarino atômico que tava dando uma voltinha nas proximidades da nossa costa. A Infraero tirando o dela da reta, passando todos os 0800 da Air France. O representante da inútil da ANAC falando na possibilidade de falha humana. Muito mais show, né não?

A Veja também deve ta puta por que perdeu mais uma oportunidade de ter a seguinte capa “Culpa do Lula”. Fotos exclusivas de ele e Dilma reunidos para demitir mais alguém da Agência de Aviação. Mas tenho fé. Domingo que vem vai ter até infográfico e transcrição da caixa preta. Aposto.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Leitura séria

Recebi esse texto de Língua e não queria passar batido. Primeiro que eu sou fumante e, já fiz vários posts a esse respeito, mas não posso deixar de falar sobre isso depois que foi aprovada aquela lei ri-dí-cu-la em São Paulo. Segundo por que acho que muitos de vocês, fumantes ou não concordarão com essa análise feita pelo colunista da Folha de São Paulo. Ele fala em caça às bruxas e da maneira com que nós sempre nos vemos nos meio de uma crise, seja ela econômica, social ou uma hecatombe natural. Camada de Ozônio, desmatamento da Amazônia. Seca no Rio Grande do Sul, enchentes em Santa Catarina. Morte da menina Isabela, Sequestro da Heloá. Crise dos tigres asiáticos, Crise americana. Gripe aviária, gripe suína, gordura trans.

Me lembro como se fosse hoje do dia em que essa dita foi aprovada. Antes havia sido noticiadas no Jornal Nacional manchetes sobre o terremoto na Itália, um ataque terrorista a um time de futebol, a proibição do acesso à imprensa a dados sobre gastos do senado, etc, etc. Dentre tantas outra vergonhas vinham os fumantes. A imagem do Kamikaze ocidental e contemporâneo.

É meio que uma notícia velha mas pode gerar uma discussão bacana. Do quanto a gente percebe se nos distanciarmos de determinados temas. De como determinadas análises devem ser feitas diariamente. De como nós devemos deixar de ser espectadores e exercitarmos um pouquinho nossos alfarrábios mentais. Boa leitura.


A necessidade de achar um inimigo

MARCELO COELHO
COLUNISTA DA FOLHA

Entendo, até certo ponto, que proíbam o cigarro em bares e restaurantes. Mesmo com áreas divididas, os garçons terminam sofrendo as consequências do fumo passivo. Mas impedir que alguém fume dentro de um quarto de hotel? Sem ninguém por perto? Lembro ainda que em muitos hotéis existem andares exclusivos para quem não fuma. Nem mesmo o resquício de um cheiro de cigarro incomodaria os mais sensíveis.

Houve tempo em que os fanáticos de direita procuravam comunistas até debaixo da cama. Mas nem debaixo da cama o fumante poderá se esconder, pelo o que diz a lei recentemente aprovada pela Assembleia Legislativa de São Paulo. Debaixo de marquises também não. Pode-se fumar em terraços, desde que não tenham cobertura. Assim, quem sabe, será mais fácil identificar o fumante de longe e fuzilá-lo com um rifle de alta precisão.

No fundo, acredito que esses exageros do antitabagismo correspondem a essa necessidade, tão comum nos EUA, e imitada aqui, de encontrar um inimigo com quem lutar. Acabou-se a ameaça comunista, e os membros da Al Qaeda não são tantos a ponto de mobilizar uma caçada coletiva que valha a pena.

Os fumantes, entretanto, estão em todo lugar -com a vantagem de se esconderem cada vez mais. Deixam sinais de sua presença. São nocivos, malignos, suicidas. Quanto mais cercados, quanto mais restrita a sua área de atuação, mais fácil e divertido será persegui-los. Não acho que exista sadismo da parte dos perseguidores. O mecanismo é mais complexo.


Terror

O Estado e a população impõem um regime de terror sobre alguma minoria. Identificam nessa minoria uma ameaça: são "eles" os terroristas, são "eles" que nos perseguem, são "eles" que querem nos destruir. Dito isso, podemos perseguir, aterrorizar e destruir. "Eles" é que começaram.

O cigarro mata, claro. Quem não tem medo da morte? E eis que surge o grupo dos fumantes renitentes, que parece não ligar para isso. Os fumantes escarnecem de nosso medo da morte. Fica fácil, dessa perspectiva, identificá-los com terroristas. A tentação para a caça às bruxas se torna muito grande. Instituir o Terror sempre foi o ato reativo de quem está aterrorizado. Tome-se cuidado, entretanto. O fogo que queima as feiticeiras também costuma exalar muita fumaça cancerígena.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Dia bonito pra chover

Hoje fui ao banco sacar dinheiro pro feriadão. Estacionamento pago apesar de ter a franquia de meia hora para usuários do shopping. Saquei cento-e-cinquenta-reais. Meia hora de contagem (e recontagem) depois saem duas cédulas. Esquecí daquele esquema que eu mesma propago para receber dinheiro trocado. Primeiro saco noventa, depois quarenta, depois vinte. Resultado do lapso? Uma cédula de cem e outra de cinquenta. A travessei a rua e fui no café da Siciliano, dentro do Iguatemi. Fiquei com dó da barista, que é sempre tão gentil, e raspei minhas moedinhas pra pagar a bebida.

Saí correndo, com o café ainda fumegando na mão e rumei para o estacionamento do banco. Dia chuvoso, engarrafado, ruas alagadas, banho de lama e um sinal que me deixou presa no meio da avenida. Entrei no carro, liguei e segui para a guarita para entregar meu ticket pago pela farmácia Pague Menos. FILA.

Finalmente chegou minha vez. Encosto o carro na guarita e entrego o papel com adesivo. A mulher emburrada do caixa olha pra mim e diz:

- Dois reais. (Faltou o "senhora". Relevei.)
- I beg your pardon?

Muxoxo

- Dois reais. (Senhora?)
- Quantos minutos eu passei da franquia?

A mulher suspira

- Um minuto. (Dessa vez eu não relevei)
- É senhora, viu querida? Me dê meu ticket de volta!

Dei ré e estacionei o carro de novo. Nem a pau que ia pagar dois reais por causa de um minuto. E ainda abrir uma vaga no estacionamento. Bem doido. Fiquei jogando no celular e exercitanto o meu direito sagrado de não deixar a vaga, que eu paguei (ou pagarei, it doesn't matter) , desocupada por um minuto sequer. O mau humor era tanto que não deu nem pra curtir meu café Santo Grão. Engoli o pobre como se fosse água. Fiquei com mais ódio e... vocês sabem, cabeça vazia, morada do cão.

Alimentei meu ódio por quase meia hora. Bando de fela. Não bastasse uma atendente com cara de cu (Nessa hora não relevei nem o fato de ela trabalhar dentro de uma caixa retangular. Quem mandou ser feia, mal-educada e burra? Merece mesmo trabalhar num cubículo), e ainda por cima querem cobrar uma exorbitância por culpa de uma fila que eu não causei. Muita audácia mesmo.

Na hora certa, voltei pra guarita e saquei a cédula de cem reais. Morra! A cara que ela fez foi impagável. Fiz minha cara de pau/irônica standard e olhei pra ela. Pensei que ela não seria burra ou desaforada o suficiente para me entregar noventa e oito reais todo trocado (ou melhor, burra ela seria mas achei que não teria mesmo esse montante). Estava certa. Muito do dinheiro estava em cédulas grandes, mas ela me deu VINTIREAIS em cédulas de dois e moedas de um. Eu já havia me preparado psicologicamente para isso, portanto peguei o dinheiro e comecei a contar calmamente na cara dela. Recontei. Organizei cara contra cara em ordem crescente. Guardei na carteira. Peguei as moedas, guardei na bolsinha. Peguei as moedas de cima do painel e guardei também. Olhei pelo retrovisor e vi que a fila estava crescendo. Pedi o recibo. Sorrisinho cínico ensaiado. E tenha um bom dia "querida"

Humpf

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Desperate housedaughter (mother)

Desulpem-mais uma vez por estar tão relaxada com relação ao blog. Tenho uma desculpa dessavez também. Eu ainda não tive tempo de fazer nem o post de aniversário de Lingua. Só isso já é motivo para punição. Mais ainda por que o aniversário dele aconteceu em duas etapas durante a semana santa, que foi cheíssima. Mais um motivo para postar foi a presença vencedora do Cinéfilo e Dentista para o tal feriado. Muitas estórias pra contar e tempo nenhum pra pensar sequer no tema do post. Como eu me conheço, ja sei que esse post subiu no telhado ja que hoje já é quinta e certamente mais aventuras virão no final de semana.

A desculpa é a seguinte. Estava na cozinha a semana inteira ajudando mamãe. Mentira, cozinhando sozinha e expulsando a pobre da cozinha. Acontece que a comida dela é intragável e, todos sabem, eu adoro comer. Tem idéia do que é um arroz ruim? Imagina o resto... Tomei as rédeas da cozinha e passei a semana muito bem obrigada, mas atolada em"compromissos".

No meio dessa loucuuuuuura que foi a semana só deu tempo mesmo de postar no twitter, meu novo vício. Fácil e descompromissado, do jeito que eu gosto. Mas juro, ainda vou fazer seu post Língua. Hoje ainda não que eu tenho que ajudar uma criatura a fazer o dever de casa.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Domingo alegre

Semana cheíssima. Reuniões de trabalho, DR de não-relação, festa de aniversário para o Tratante-mor e um famosíssimo Linner (lunch+ dinner) do séquito na casa da Flor. Pra variar cerveja dando nas canelas e muita, muita putaria.

Desde muita cedo experimentei no mundo real uma espécie de sentimento de inadequação. Vocabulário, vestimentas, o cigarro, a bebida (outros). Na Matrix, normalmente, minhas facetas são encobertas por filtros (de paetês, com glitter e strass). É por isso que eu gosto mesmo é da companhia deles, que não me julgam, não fazem piada de mau gosto e ainda me abastecem de todos os besteiróis de novela, big brother e dos bafóns que rolam em Pequenópolis e no mundo.

Ontem o que rolou depois da ja tradicional sessão de fofocas, foi a atualização dos videos do youtube. Só quem estava lá pode entender tamanho show de non sense. Faltei me arrebentar de tanto rir com os videos "educativos" da Fran (BBB9). E é por isso que vou deixar vocês com eles.

Recomendo uma dose de extra de barbitúricos e/ou umas cervejolas para acompanhar. Para os tímidos eu recomendo também a ausência do(a) namorado(a).

P.S. So deu pra colocar os links por que os videos ultrapassam o limite permitido pela merda do blogger.

Fran "Johansen"

Fran "Johansen" 2

Fran "Johansen" 3

quinta-feira, 2 de abril de 2009

With love, from me to you


"Da-me lírios,
Lírios e rosas também.
Mas se não tens lírios
Nem rosas a dar-me,
Tem vontade ao menos
De me dar os lírios
E também as rosas.
Basta-me a vontade
Que tens, se a tiveres
De me dar os lírios
E as rosas também.
E terei os lírios
Os melhores lírios
E as melhores rosas
Sem receber nada,
A não ser a prenda
Da tua vontade
De me dar os lírios
E as rosas também."

Álvaro de Campos


A expressão "Papel de enrolar prego" diz muito sobre minha personalidade. Eu, de fato possuo relativo déficit de habilidade social. Abraços e beijos são coisas difíceis vindas de mim, e são para pouquíssimos. Por outro lado, comentários ácidos, secos, politica e ecologicamente incorretos eu distribuo panoramicamente.

Namoros, relações avulsas e até meu casamento sempre foram desprovidos de declarações de amor públicas. Sempre achei meio truanescos os apelidos melosos. Ainda hoje acho.

Hoje eu fiquei com vontade de postar por que ontem foi aniversário do Diabo do meu Ódio e eu não postei nada. Não por que não quisesse, mas sabe aqueles mal entendidos? Ele diz: "Não precisa" E eu automaticamente entendo: "Não quero que você faça isso por que é um mico em potencial" ou "Sou discreto, corro longe dos holofotes do seu blog". Hoje eu vi que deveria ter insistido, que era só frescurinha mesmo do tipo "Não quero incomodar".

Devia ter insistido, apesar de eu mesma relutar em escrever um post de aniversário para um namorado. Sempre fico na dúvida se esse enfoque cabe aqui. Resolvi mandar tudo isso para as cucuias ja que tantas outras pessoas foram homenageadas por aqui também.

Devia ter insistido por que ele me ajudou a superar o pânico de relações monogâmicas, esperou meu tempo, me pressionou na medida certa. O velho e bom "comer pelas beiradas" fez hoje, eu, Papel, escrever um post de aniversário ridículo (Por que "Todas as cartas de amor são ridículas" de acordo com Álvaro de Campos).

Devia ter insistido também por que ele me fez redescobrir certos prazeres que só lembrava de desfrutar na adolescência. Coisas outrora ridículas, do tipo: ser chamada de namorada, me agarrar no sofá da minha mãe e no subsolo do prédio, andar de mãozinhas dadas e contar os dias que a gente tá junto. Outras coisas da gente eu jamais fiz (não revelo) e me arrependo terrivelmente por que até estou curtindo essa babaquice de mulher apaixonada e grotesca.

Os apelidos não, eu os mantive terríveis. Com Ele alcancei certo requinte. Tô morta de orgulhosa. Até por que em determinado momento eu tenho que me olhar no espelho e me reconhecer, quem sabe até sentir certo amor próprio. O post meloso eu até faço, mas desaforos aparecem fatalmente.

Portanto, Diabo do meu Ódio, Toalha Inútil, Mongolzinho Disléxico, Bala Pipper, Cláudia plus one, esse post é dedicado exclusivamente a você. Feliz aniversário querido.

P.S. Amigos, favor guardar suas zombarias para quem se incomode com elas. Tenho dito.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Até tu Bono?

Mais um capítulo da novela "Incomodada ficava a sua vó"

Vocês ja repararam que a gordura trans foi sistematicamente substituída de todos os alimentos? Agora em todas as embalagens de guloseimas existe a seguinte frase "Livre de gordura trans". Será o Binidito? Essa semana passei por duas experiências terríveis que não desejo a nenhum de vocês. Sabe o biscoito Bono? Aquela maravilha que tem gosto de infância? Pois é, agora ele tem gosto de pão velho, só que mole. Adeus crocância, adeus recheio cremoso.

Na minha cabeça sempre existiram as coisas boas e as genéricas. Tipo, lápis Labra e Faber Castel. All Star e Bamba. Eu costumava chamar qualquer biscoito que não fosse São Luis de "Richester". Pois é, agora, até o Bono tem gosto de Richester.

Queria saber quem foi que inventou essa marmota de fazer coisas para substituir outras e depois dizer: My mistake. Fuck you all. Odeio a FDA. A gente já sabe que tudo que é bom faz mal. Que viver leva ao câncer. Então pra que essa marmota de retirar os poucos prazeres da vida como comer junk food ou se auto medicar? Eu tenho uma teoria. Uma coisa mais ou menos assim, uma determinada indústria (alimentícia, suponhamos) passa anos desenvolvelvendo um produto novo. Milhares de dólares depois descobre que o produto é uma merda, que existem outros no mercado com preços acessíveis e de qualidade, inclusive, superior. Próximo passo? Acionar a FDA que ela dá os pulos dela. Pronto, acaba de ser reinventada a roda.

Carne vermelha faz mal, coma mais frango. Frango possui muito hormônio, coma peixe mas sem fritar porque óleo de soja faz mal. Dê preferência ao óleo de girassol. Ele é mais caro mas a sua vida está em jogo!

Café faz mal. Café descafeinado é ruim mas misturado com aquele leite acidófilo desnatado a 3% e acrescido de cálcio, ômega 3 e ferro fica uma delícia.

Açucar faz mal. Adoçante é uma delícia e depois que você se adapta então... Quase não vê diferença. Ooops, adoçante faz você perder a memória. Que bom que você não lembra mais do gosto da Coca Cola vermelha por que ela tem sódio demais, cafeína demais, açucar demais... Já provou as as novas águas gaseificadas de baixo teor de sódio e sabores leves de limão ou maçã?

Dipirona faz mal, substitua por Paracetamol. Tylenol é uma merda, não acaba com dor nenhuma e ainda acaba com o seu fígado, portanto não se auto medique(!?). A MetilenodioxiMETANFETAMINA é um moderador de apetite, não causa danos permanentes em doses recreativas, já o consumo do Ecstasy pode desenvolver doenças psicóticas E ATÉ MATAR. O ácido Gama-HidroxiButirato é um anestésico, o GHB é a droga do estupro e do boa noite Cinderela.

Manteiga é uma delícia, mas faz mal. Substitua por margarina que não é tão bom mas é sadio. Margarina faz guloseimas deliciosas, mas faz mal. Tem nada não, substitua por outra gordura que não é tão boa mas...

A segunda experiência terrível foi o cookie do Subway. Quem já comeu sabe do que eu estou falando. Uma maravilha da culinária estaduinense. Uma merda redonda, preta com gotas de chocolate branco, agora.

Quero saber onde isso vai parar. Prefiro ter um filho viado a ter um filho na FDA.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Bette Davis Eyes

Foto Julio Paiva


Um post difícil dessa semana, adiei esse ao máximo. Rita Brum vai voltar para sua morada em terras portenhas e eu quase sempre fico sem palavras pra descrever a saudades que sinto dela. E tem essa música (tá la em cima, no nome do post), sempre que toca no meu i-tunes me faz lembrar dela. Talvez seja simplesmente por que seus olhos sejam por demais marcantes. Nada parecidos com o da Bette Davis ou da Capitú, só marcantes.

 
...She's pure as New York snow...

Morro de saudades dela sempre que vejo o filme "As Horas" (mentira, depois de ler o livro nunca tive coragem de ver o filme inteiro, páro bem no comecinho miacabando de chorar). Quando eu estava grávida, ela foi a única pessoa que não me deu nada relacionado a bebês no dia do meu aniversário. Me deu esse livro (pesaaaaado!!!) com uma dedicatória que enche meus olhos de lágrimas até hoje. Hoje, inclusive.

...All the boys think she's a spy...

Me lembro dela toda vez que vou no Arlindo sozinha por que a gente nunca combinava nada. Na verdade, ficamos de acordo, depois de tantos encontros "ao acaso" que jamais nos ligaríamos para combinar. A gente usava telepatia e funcionava. Sempre. Parece mentira, mas é verdade. Ela foi a primeira pessoa que eu consegui fazer isso, e, honestamente eu tô ficando boa nisso. Meu msn telepático chega até em Metrópolis, quem sabe, Córdoba, não?


..And she'll tease you, she'll unease you
All the better just to please you...

Me lembro dela cada vez que sinto uma vontade sufocante de dizer algo sincero pra alguém. Uma vez eu disse que ela era "radical demais". Nem lembrava disso. Babaquice de jovem recém saída da adolescência, cheia de verdades. Graças a Deus ela levou comentário numa boa, jura que foi legal, que a fez refletir. Mas se me perguntarem se faço de novo, digo que não faria. Pretendo seguir meu exercício de não falar "verdades" que não são da minha conta. Minha mãe sempre diz "Quem fala o que quer, escuta o que não quer".


...She got Greta Garbo's standoff sighs...

Lembrarei dela, recitando o Cântico Negro na calçada do Arlindo, cada vez que Bethânia o recitar de dentro dos meus vídeos favoritos do youtube. Eu que já gostava dessa poesia passei a gostar ainda mais.


Rita tem a capacidade transformar coisas pesadas em outras relativamente divertidas, como se tudo de terrível que nos acontecesse fossem fatos risíveis. Uma coisa do tipo : Não leve a vida muito a sério. Adoro isso nela.


Vai fazer falta, amiga, sua leveza. E agora eu devolvo a você a mesma dedicatória do livro. Eu sei, sou terrível nisso mesmo, sempre uso as palavras de outros...

"Dai-me a mão,
querida

Para que sobre ela
eu possa cravar
o beijo da minha amizade.

Felicidades no limiar
do teu ciclo particular"

Beijocas.

  

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Abre los ojos

Pronto, está decidido. Sinto que vai dar um pouquinho mais de trabalho para vocês terem acesso ao conteúdo do Papel. Eu já coloquei um aviso sobre conteúdo e o proximo passo é o login. Adorei as mensagens de apoio que vocês deixaram ao longo da semana e agradeço por todas, até as repetidas. (Casca, mulher, você não existe).

Bom, resolvi que ao longo desta semana vou colocar um login de acesso. Caso vocês se interessem, favor enviar um depoimento pelo orkut que envio prontamente o login e a senha. As coisas ficarão dessa forma até segunda ordem. Uma pena, tinha certeza de que um dia um produtor de TV ia encontrar meu blog, descobriaria meu talento nato para falar sobre nada e resolveria fazer uma série sobre ele na GNT inspirada em Seinfeld.(!?) Não tem problema, ainda tenho alguns talentos escondidos embaixo da manga. Tenho certeza que alguém ainda vai decobrir que eu sou genial em alguma coisa. Daí eu vou ser, além de bonita, elegante, inteligente e bem relacionada com o PIB, muito rica.

Tô dando um tempinho a mais para que as pessoas que demoram mais de uma semana para aparecer tenham noção do que está acontecendo. Então eu proponho uma brincadeira. Eu darei dicas sobre a senha. Acredito que com a primeira aqueles que me conhecem muito bem já matarão a charada. Prontos para o quiz? Quem souber a resposta me envia um depoimento, ok?

1. Senha de uma festa

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Se a carapuça servir...

Diletos, estou com cheia dé dúvidas é ódio. Não sei ao certo como agir diante de uma situação desconfortável. Não tenho problemas para escrever um post desaforado, afinal de contas o nome do blog fala por si. Por diversas vezes disse que o estava registrado aqui era livremente baseado em fatos reais, esse post não. Sou eu mesma falando e todas as consequências dele eu espero viver na vida real.

Adoro o Papel, adoro passar uma manhã inteira aqui, na frente do computador, uma vez por semana para escrever. Me divirto ao rachar a cuca para criar um novo codinome. Passo a semana observando o cotidiano de amigos tentando achar um tema engraçado. É minha terapia, minha ioga, meu entretenimento. Faço isso por que gosto e por que sou vaidosa. Adoro ser tema em mesas de bares e restaurantes, adoro o retorno em forma de comentários. Acho divina a atenção que vocês me dão. Por aqui tem de tudo, nada que ponho aqui não é minha cara. Meu texto, meus vídeos favoritos, meus insultos e minhas homenagens. Isso tudo é meu, de vocês e para o deleite de todos nós.

Adoro o Orkut, a finalidade primeira dele, sob o meu ponto de vista, é espionar a vida dos outros e é por isso que não bloqueio nada: fotos, mensagens ou depoimentos. Só está lá aquilo que eu PERMITO que vejam. Aqui é um pouco diferente, apesar de estar numa rede mundial, sempre considerei esse o meu espaço, meu e de vocês. Por isso os codinomes. Nós o criamos, temos a nossa rotina. Não ligo para quem vem anonimamente sem me conhecer, de quem não faz a menor idéia de quem eu ou vocês sejam na vida real, quem vem simplesmente por que gosta dos meus disparates.

Eu ligo sim para quem vem anonimamente sabendo de quem se trata para espionar e me colocar em situações constrangedoras na vida real. Me desconforta saber que pessoas que não ligam a mínima para mim venham aqui e distorcem maldosamente as coisas que escrevo de coração aberto para vocês. (E juro, sem maldade alguma). Que ponham seus olhares maliciosos sobre o menor comentário meu ou me escrutinem publicamente tentando descobrir quem é a bola da vez. Que me olhem com olhos tão cheios de despeito e ódio que rompem o ligamento do meu pé. Que fazem meus "colegas" cochicharem cada vez que entro no MEU bar.

Todo mundo sabe que eu tento ser a pessoa mais correta possível. Não costumo ter inimigos declarados, não armo barracos e nem faço mal a ninguém de caso pensado. Caso alguém se sinta ofendido por algo que eu faça ou escreva, peço desculpas publicamente. Cabe à pessoa aceitar ou não, é um direito dela. Não tenho problema nenhum com relação a isso.

O que me faz retornar ao meu problema. Me lembro de uma vez ter deletado todos os posts durante o processo de divórcio pois a coisa tava seguindo para o litígio e eu preferi apagar meus rastros. Esta possibilidade está descartada. Estudo uma outra outra bem menos radical. Ou eu paro de escrever aqui, ou mudo de endereço ou crio um login para vocês. No momento ainda não sei. Não sei mesmo. Na verdade, não quero nem pensar nisso. Essa coisa com o blog me tirou do sério. Perdi o gosto pela coisa. Pode ser que seja TPM, ou depressão por causa do meu pé lesionado. Não importa, passei a semana cheia de mágoa. Nem postei na segunda feira por conta disso.

Bem, como eu ia dizendo, "Não costumo ter inimigos declarados, não armo barracos e nem faço mal a ninguém de caso pensado". Well, a partir de hoje a coisa mudou de figura. Mereço ser barraqueira de vez em quando pelos sapos que tenho que engolir. Mereço ter pelo menos UM inimigo público. Cansei de ser Amélia e ter que aguentar caladinha um monte de desaforo de gente sonsa. E sem direito a defesa. Continuo com a mesma política da época da separação. Não farei comentário nenhum em minha defesa com relação a coisa alguma. Caso me perguntem apenas digo: No Comments. Me poupe. Acredite no que quiser, tome o partido que preferir mas não justifico nada do que faço, muito menos me defendo de algo que não fiz jamais. E todos sabem o que penso a esse respeito. Os espólios de guerra são a única coisa que valor pra mim. Os amigos que me restarem são os que me interessam. Tenho dito.

Eu lembro de ter colocado que pensava em uma solução menos radical. De louca que eu sou. Sei também que nessa briga pode haver muitas perdas mas eu não ligo mais. Cheguei ao meu limite. Prefiro pouquíssimos amigos a "amigos" que me olhem torto, se perguntando, pé de ouvido, se isso ou aquilo é verdade. Já chega, agora é guerra.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Foster home for imaginary friends

Tem um desenho animado que meu filho assiste que eu acho genial, "Mansão foster para amigos imaginários". Esse desenho conta a estória de um garotinho que possui um amiguinho imaginário, mas sua mãe não permite que ele fique com o blue (o tal amigo) em casa e ele é obrigado a levá-lo a um lar adotivo para que outras crianças possam adotá-lo. O pobre do miserável vai lá diariamente para garantir que ele jamais seja levado por outra criança. Uma comédia.

Eu também tenho um amigo imaginário. Eu nunca o vejo e quase nunca falo com ele. A atual dona dele é muito possessiva e ciumenta, daí você já viu, né? Achamos por bem deixar essa amizade num campo mais imaginário ainda.

Eu imaginei todas as caracteristicas dele, ele tem cachorro, gosta de poesia e bebe cerveja igualzinho a mim. Ele contribui constantemente para meus posts, por que, vocês ainda não sabem, mas ele é brilhante e tem um senso de humor irresistível. Meio negro, sarcático e sempre possui uma resposta na ponta da língua. Ele não é muito fácil não, é chegado a um drama, a saídas tempestuosas, com rufar de tambores e tudo. Exatamente como se tivesse sido tirado de uma tragédia grega de Eurípedes. Mas no fundo é um fofo, que eu sei. (Ele também não gosta de ser chamado de fofo mas o post é meu, democraticamente faço o que quiser)

Assim como vocês, ele tambem tem um codinome. Apelidei-o carinhosamente de Anônimo, por que ele sempre vem aqui sem nunca se anunciar e jamais gosta de ser citado no papel. Como boa amiga, nunca me ressenti com seu silêncio e nem acho que ele venha me espionar. Acho que ele gosta mesmo do meu joie de vivre.

Bom, continuando, meu amigo imaginário faz aniversário hoje. Isso mesmo, ele é aquariano e veste vermelho nas quartas feiras por que é filho de Xangô. (É lógico que não ia inventar um amigo cujo santo é mais poderoso que o meu, ne?). Como em todo bom aquariano o hedonismo pulsa em suas veias. Tenho certeza que ele vai passar aqui pra ver se eu esqueci do seu natalicio, ou pior, se de propósito não postei nada.

Comprei um presente imaginário cheio de maresia e deixei na portaria do seu também imaginário prédio. Junto a ele tinha os votos de feliz aniversário mais sinceros e lisérgicos do mundo.

Parabéns amiguinho,
Beijocas

Aproveitando o ensejo gostaria também de também homenagear dois grandes amigos do mundo real, mas que não aparecem por aqui. Um deles tem codinome, o outro infelizmente não. SAL e o outro que chamarei de Messias farão aniversário nesta sexta feira treze. Piada pronta né? Jamais perderia esta oportunidade de parabenizar os três com um videozinho. Por que eu perco o amigo, imaginário ou não, mas não perco, jamais, a piada. Preparados?

Ai caraaaaleo, a conexão tá péssima, vou deixar o link messs.

Happy Birthday!!!


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Ctrl C Ctrl V

Como havia previsto, nada de post essa semana. O assunto esgotou. Mas eu vou deixar vocês com as pérolas mais lindas que recebi ao longo da semana. Meus valiosos vídeos do youtube. Sensacionais. Contribuições valiosas de Casca, Número 1 e Lingua.

Dá carrim não má
Minino! Me vi nesse vídeo. Mansa do jeito que eu sou...

David After Dentist

Masterpiece. Pai sádico versus criança drogada. Esse faltou me matar de rir. Mimijei. Já uso os jargões "Is this real life?" e "Ok, now I have two fingers"

Novo sucesso

O terceiro é o impagável hit da Stefhany, uma piauiense pra lá de convencida a bordo de seu Cross Fox. Deus sabe se é dela mesmo mas...

Só vou botar o link pq ta demorando demais pra carregar os vídeos

http://www.youtube.com/watch?v=0bHQbtInJQc

Lapada na rachada

Mega tosco mas atóooorum tosquidões. Vocês sabem.

http://www.youtube.com/watch?v=sFK7R0ywaP8

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Para Copycat

Todo mundo sabe que eu adoro tranqueira de internet. Os favoritos são o youtube e os sites de fofocas. Todo tipo de lugar que tenha uma esculhambação eu vou, vejo, miacabo de rir, decoro todos os bordões e infernizo a vida dos amigos até eles passarem a utilizá-los também. Pra isso eu conto com ajuda de alguns colaboradores que sempre me enviam essas tosqueiras. Todos bem sabem que poucas pessoas na face da terra gostam mais de putaria do que eu.

Nesse meio tempo já publiquei um monte de video de sacanagem e viadagem. Atóruuuum meus bordões, uso todos(om).

De Vanessão:
"Tava di baijxo de um pé de árvre"
"Vintji reais, taqui!!!! vintji reais"
"Dei na moto dele(om)"
"De váaaaarias vezies(om)"
"Pára tua moto na BR!!!"

Dos telebambis:
"É holyday, caralho!"
"Corre viado, é a puliça. Ai caraleo!!! O denarc"

Do Meda na fila da Madonna:
"Deeeesde quarta fêara(om)"
"Gxente baaxja! Qq iassoom..."
"E o show da Madonna? lotou...
E o corpo do Robaldo? estragaáaadu(a)"

Minha próxima meta é decorar o texto do vídeo abaixo. Copycat, de Brasília é que é pior do que eu por que além de decorar ainda faz performances. Esse post é uma desculpa por que, na verdade, a minha intenção é fazê-lo ver o vídeo, decorar e depois me matar de rir. Puro egoísmo, eu sei. Mas não sou completamente má e deixo aqui registrada a putaria pra que vocês saibam do que se trata quando ele aparecer fazendo a marmota.


Eu sou uma diva




"Eu sou dona de olhar provocante e sensual.
Eu conquistei a todos na moral.
Sou estourada na Bahia e no Brasil.
Bicha igual a mim nunca existiu.
Eu tenho a beleza incomparável que não se discute.
Não tem nenhum que me derrote no Orkut...."

(A jogada de cabeça é coisa de metre!!!)

Arrasou viado!
Sou passiva meu amor...


terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Uma ofegante epidemia que se chamava carnaval

Acho muito divertido as expectativas dos amigos que viajam nesse período de carnaval. Tem mais de um mês que o tag no msn de Flor é "Tô me guardando pra quando o carnaval chegar... " Umas três semana pra cá é uma contagem regressiva sem fim. Já Lingua não sabe se pula o carnaval ou compra uma tv de LCD. Miacabo de rir.

Quem me conhece de muitos anos sabe que eu não perdia um carnaval. Afff Maria, ficava louca semanas antes. Tenho estórias bizarríssimas, outras mega-engraçadas e tem aquelas outras que de tão trágicas viram cômicas com o passar dos anos. Bem, depois que tive meu filho (vale-se frisar, num domingo de carnaval) esse fogo baixou um pouco mais. Tive que me conformar que carnaval era uma coisa que eu poderia curtir somente depois de alguns anos, talvez uma década. Primeiro por que ele era pequeno e agora simplesmente por causa da sua festinha de aniversário. Resultado disso? Oito anos que não brinco.

Graças a Deus, reclamo muito da vida, menos disso. Pequenópolis é uma delicia nessa época. Restaurantes, cinemas, praia do futuro, edifícios-garagem, locadora... Tudo na santa paz de Deus, livre de gatos-véi, teens e assaltantes. Todas essas sub-raças desaparecem da face da Terra. Migram todos para o infernos que são as praias do litoral leste e oeste.

A desvantagem é que também fico sem os amigos finos que migram sempre para o Rio, Salvador, Recife (nem tão finos assim, vamos combinar) e Florianópolis. Estes saem da cidade em busca de gente bonita e música boa. Claro que música boa, nesse caso é pessoal. Não vou opinar, nem julgar, mas todo mundo sabe que música boa mesmo é samba.

Tá certo que os sambas-enredo estão em crise visível. Sofrível demais tentar cantar aquelas músicas que parecem o balbuciar de um bebê africano. "Ogun yê, o Onirê, ele é odara/É Jeje, é Jeje, é Querebentã/A luz que bem de Daomé, reino de Dan". Tem nada não, questão de gosto mesmo, ainda quero ir lá conferir ao vivo. A batucada me comove.

Do maracatu e do frevo eu até gosto, mas o preço que se paga nas ruas de Olinda é muito alto para mim. Ladeira demais, gente feia e fedorenta demais. Ruas imundas, falta de água, colchonete no chão, mosquitos e calor, muito calor. Tô velha pra isso, verdade seja dita. Nasci velha pra isso. Raquerida e seu marido não gostarão muito dessa minha afirmação mas juro que não é pessoal. Detesto mesmo. Prefiro os bloquinhos de précarnaval do Benfica.

Carnaval na Bahia também acho que deve ser bom, mas tenho pra mim que jamais irei. Primeiro por que é caro demais vestir aquela fardinha horrorosa que todo mundo enche a boca pra dizer que comprou. Atoooorum mesmo falar das customizações. Tentativa banal de se destacar como indivíduo no meio daquela massa. Um paradoxo, eu acho. Depois, eu gosto mesmo é de Olodum, não é de Ivete, Cláudia Leite ou Daniela Mercury se matando de pular em cima de um trio elétrico com roupas minúsculas e saltos altíssimos. Além do mais, a música baiana (da Bahia ou não) foi um invenção que só veio corroborar com a imagem que tenho de carnaval emburrecedor. Já pensou, que loucura? Resolveram transformar estas interpretes em musas da "música popular brasileira". Para ser considerada musa não vale só ser baiana. Tem que ser feia, sapa e saber recitar poemas inteiros do Pessoa. Tá, meu bem?

Pois bem, já que falei bastante em Deus, inferno e carnaval, deixarei com vocês dois vídeos relacionados ao tema. O primeiro foi indicado por Língua que faltou fritar meu juízo de tanto cantar essa música escrota. Quase não citei nomes o post inteiro mas Número 1 e Língua são adeptos aos carnavais soteropolitanos. Frouxa de Rir e Golpista também. Em homenagem a eles taí o primeiro vídeo. Promessa de sucesso no carnaval baiano.

O segundo video foi enviado ontem pelo Diabo do meu Ódio, que também adorou torrar minha paciência cantando a música ininterruptamente. Ambos os vídeos são interessantes para confirmar minha teoria que música baiana dá pra fazer por qualquer doente mental que conheça um batuqueiro e um guitarrista. As dançarinas são opcionais mas ajudam no processo de fabricação de um hit de carnaval.

Confiram e me digam.

P.S. Essa semana já foram dois posts, hein? Se semana que vem eu não tiver nada, me perdoem. As coisas funcionam assim comigo. Tudo ou nada. Muita inspiração ou nenhuma.




segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

TiVO- lution

Dá pra acreditar, por exemplo, que a gente paga uma fortuna por tv a cabo e o domingo não passa nada além de produtos da Polishop? Longas horas de Juicer Walita, AB Stretch mais adipômetro, Steam fast e Sky Vap. Puta que pariu! Entre um bloco e outro você é obrigado a ver aquele fela repetindo on an on a mesma chatice. Em todos os canais. Como se isso já não fosse chato o suficiente agora os reclames passaram pra dentro dos programas. Entre uma matéria e outra sempre tem um plano de capitalização, um alvejante ou televisão Full HD. Me lembro da época que um me divertia com a falta de sutileza de uma novela ou programa ao fazer um merchandising. Agora não, é tudo na cara.

Acho tudo isso uma grande piada de mau gosto. Sempre que chega o domingo eu só penso na voz daquele carinha da polishop. E na cara que ele faz, sim por que ele tem um rosto pra mim. Certeza que ele é baixinho e careca, no estilo Danny DeVito. E toda vez que aquelas propagandas horrendas aparecem eu penso nesse carequinha rindo como o Grinch, sabe? Sádico filho da puta. Esse minha revolta faz sentido isso pra vocês? Porque raios é tão cara a mensalidade da tv por assinatura? Com tanto anunciante, não devia ser mais barato?

Então vamos lá. Já que a programação da tv no domingo é uma tragédia, qual seria a opção? Cineminha tranquilo com amigos, programinha zen, não é?

Rá. Vai nessa. No dia que fui assisti ao Benjamim Button faltei ter uma síncope na fila. Primeiro que existe uma fila para deficientes, idosos, gestantes, etc. Já começa errado. Atendimento preferencial não tem nada a ver com fila exclusiva. Atendimento preferencial em qualquer lugar do mundo é atendimento imediato ou urgente. Morro de dó de ver os velhinhos na enorme fila de atendimento preferencial do UCI Ribeiro. Gente com pino no joelho e muletas. Porra é essa? Esquecendo tudo isso por que não sou nem velha, nem grávida e nem aleijada, vergonhosa mesmo é a fila para pessoas normais. Não se sabe que a espera é longa em finais de semana e feriado? A lógica seria aumentar a área de atendimento, certo? Pois é, aconteceu o contrário. Colocaram os guichês num canto, na porta da entrada do cinema, de cara para uma escada rolante que sobe. Dá pra enxergar o drama que é sair dessa escada não? Toda vez a mesma coisa. Meia hora de vida perdida numa fila véia. Não tem filme que valha isso. Eu vou só pra reclamar, por que eu sou ruim até os ossos.

Todo mundo sabe do meu amor por lojas de departamentos. Detesto vendedor me seguindo, querendo ser prestativo, me dizendo o que está moda (audácia!) ou mentindo deslavadamente por causa de uma comissãozinha furreca. Pior ainda quando os vendedores se acham ricos, dizendo que tudo da loja está baratinho, que divide no cheque, cartão e coisa e tal. Aquilo que vocês bem sabem. Já fiz um post completo sobre o amor que sinto por esse tipo de loja. Hoje, infelizmente vou fazer o contrário. Tem pelo menos um ano que não sai uma coleção que preste, roupa bonita hoje em dia é um achado. Valioso como uma pepita de ouro. Sempre me orgulhei da minhas habilidades de garimpo mas juro que está ficando cada vez mais difícil defender essas lojas. Depois de horas rodando, fuçando e provando roupas, finalmente você se resolve por uma peça e segue para o caixa. Pesadelo número dois. Fila. A venda de roupas não parece mais ser a finalidade da loja. Nas filas de loja de departamento hoje vende-se crédito pré pago para celular, paga-se contas de cartão, saca-se dinheiro, refinancia dívidas e finalmente, compra-se a roupa. E sempre aquele sorrisinho parafusado na cara daquelas criaturas com maquiagem de gosto duvidoso.

"A senhora não que um cartão internacional?"
Não, querida. Quero pagar essa roupa em três vezes. Três de trinta reais, certo?
"Senhora, em seis vezes a parcela fixa é vinte e seis reais. Fica mais barato, mais fácil de pagar"
Tá louca? Três vezes gata.
"E o cartão internacional?"
Já disse que não quero, caralho.

E saio batendo pé. Jurando que nunca mais volto enquanto minha loja continuar parecendo uma financeira. Conseguem escutar as sete trombetas?

Por que Aquário é um lugar onde criamos peixes e Piscina é um lugar cheio de água?
Por que a expressão"já" significa "agora" e "já já" significa "daqui a pouco"?
Por que "pois sim" significa "não" e "pois não" significa "sim"?

Depois a gente se pergunta por que diabos as coisas na vida da gente não dão certo. Neuroliguistica pura.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

E o Oscar vai para...

Dia perfeito para postar. O meu mau humor passa dos limites do suportável. Tô completamente no clima do papel. Irascível mesmo, especialmente propensa à ira. Tava achando incrível ter ficado bem humorada em pleno período de TPM. Claro que eu não consigo ficar assim, papel de seda, durante muito tempo. Não tem jeito, tem dias que eu tô virada no cão mesmo, procurando em qualquer lugar motivo pra brigar.

O alvo hoje vai ser aquela merda de academia de cinema que esqueceu acintosamente os dois melhores filmes do ano passado. Vicky Cristina e Blindness. Já tem anos que eu não vibro, torço, nem assisto à entrega do Oscar. Era por demais frustrante torcer para que os meus filmes favoritos fossem, pelo menos, indicados. Premiados então nem se fala.

I'm done with Oscar, disse isso tem pelo menos dez anos. Todos os anos reafirmo meus votos de ódio a esse raio de premiação. Como diria um amigo anônimo (ele não gosta de ser citado no papel): "O Zico nunca ganhou uma copa? Pior pra Copa. Ah esqueceram Blindness e Vicky Cristina? Pior para o Oscar"

Esse comentário reflete completamente o estado de despeito que me encontro pelo Woody Allen e pelo Meirelles. Isso é tudo, vou retornar ao meu mundinho azedo. Só queria registrar minha revolta. Fim de post.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Olha as coisas melhorando...

Eu já contei que fui assistir O Curioso Caso de Benjamim Button? Pois é, eu fui. Bom pa-ca-ra-lho. Curioso isso por que ano passado eu me lembro de ter visto dois filmes realmente bons. Blindness e Vicky Cristina, e esse último já bem no finalzinho do ano. Pronto. Todos os outros foram meia boca, Indiana Jones, o Procurado, Jumper, 007. Uns filmezinhos bem fuleragem mesmo. Comecei o ano bem, com o pé direito no cinema.

Meu "oráculo" já havia dito que este ano seria cheio de prosperidade e que eu deveria passar a virada do ano cercada de gente rica e famosa. Obediente como sou, o fiz. Hoje mesmo recebi um convite para uma festa mega hypada com DJ's internacionais e tudo. Olha como são as coisas, o ano passado bem dizer não começou e esse já tá bombando.

Sim, voltando ao Benjamin Button, Diabo do meu ódio, que me acompanhou, tem uma teoria sobre filmes ruins. Meio preconceituosa, do tipo, julgar o livro pela capa, mas faz o pouco de sentido no que se refere a Hollywood. Ele diz que sempre (prefiro dizer quase sempre) que a abertura do filme é bonita o filme é bom. Tentei lembrar de algum filme recente que tenha gostado mas que a abertura inexista ou que seja ruim. Não lembrei, me calei e vi uma aberturazinha singela, cheia de botões só para mostrar o nome do estúdio.

Imaginei que, apesar de ser de um diretor que eu gosto e do casal protagonista ser lindo e talentoso, o filme corria o risco de ser uma péssima adaptação (acontece o tempo todo) de um conto famoso de um grande escritor americano. Que nada, o filme é lindo, cheio de frases que nos fazem refletir sobre aquilo-que-você-sabe-o-quê, o que não deve ser nominado, bate na madeira e tudo. A tal da morte. Linda a maneira como ele coloca que a vida, independente de você nascer velho e morrer novinho e lindo, tem o mesmo fim. Na velhice, ou no caso de Benjamim, na juventude, é o mesmo: Ih, fodeu! E eu achando que a película ia mostrar a beleza que era uma pessoa nascer velha e morrer nova e o quanto é injusto a gente nascer novinho e morrer velhinho. Que nada, tudo a mesma merda.

Só de ler as sinopses eu imaginei que em algum momento o filme ia mostrar influência de Dorian Gray. Mas não. O filme é bonitinho, otimista. Deus sabe como fui para a sala esperando uma pedrada no peito mas saí de lá emocionada, quase feliz.

Sendo bem eu mesma, que não tenho a menor paciência para filosofar sobre beleza, juventude e morte, gostaria de afirmar que apesar de todas as reflexões, bacana mesmo foi voltar a ver Brad Pitt novinho, igual àquele cowboy sacana de Thelma e Louise. Com ódio mortal da Angelina Jolie, que pega aquele Gorgeous. E dizendo a mim mesma, ruim não é morrer, ruim é morrer sem ter vivido tudo, sem ter dinheiro para fazer tudo o que a vida oferece, sem ter oportunidade de pegar todas as pessoas pegáveis do mundo. Tanta injustiça na vida!!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Arlindo meu amor

Recebi esse texto hoje por e-mail. Já tinha ouvido falar mas nunca havia visto o texto na íntegra. Achei genial, pedante e gostaria muito de tê-lo escrito. O que, aliás, hoje em dia é uma coisa que vem acontecendo com mais e mais frequência. Pior, mentalmente faço correções, de como aquele trecho ficaria caso fosse escrito por mim. Muita audácia mesmo. Esse eu mudaria pouco, acho que existiriam palavrões e eu não poria a parte da mandioca, mas...

Acho meio besta essa coisa de colocar os textos aqui, talvez por isso não publique mais o Contardo. Mentira, existe outro motivo, nunca mais recebi nenhum emailzinho com os textos de sua coluna. Foda, meus colaboradores me abandonaram. Meus leitores me abandonaram, não comentam mais... Daqui uns dias não vai ter nem mais aquela cobrança chata e desaforada: "Cadê o post da semana?!!"

Já chega, sei que ando dando desculpas demais por não fazer um post legal em meses, mas hoje eu tenho um bom motivo. Meu Chucrute voltou para casa hoje cedinho e eu tenho que matar o monte de saudade que eu estava sentindo. Nem que eu me esforce vou conseguir entrar na vibe desse alterego. Ao invés de Papel de Enrolar Prego, hoje eu estou a Seda Azul do Papel que Envolve a Maçã.

Fiquem com o texto e não esqueçam de continuar mandando os textos, tirinhas e artigos que vocês acharem a cara do blog. Combinado?

Bar ruim é lindo, bicho
Eu sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins. Não sei se você sabe, mas nós, meio intelectuais, meio de esquerda, nos julgamos a vanguarda do proletariado, há mais de 150 anos. (Deve ter alguma coisa de errado com uma vanguarda de mais de 150 anos, mas tudo bem).

No bar ruim que ando freqüentando nas últimas semanas o proletariado é o Betão, garçom, que cumprimento com um tapinha nas costas acreditando resolver aí 500 anos de história. Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos ficar "amigos" do garçom, com quem falamos sobre futebol enquanto nossos amigos não chegam para falarmos de literatura. "Ô Betão, traz mais uma pra gente", eu digo, com os cotovelos apoiados na mesa bamba de lata, e me sinto parte do Brasil.

Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos fazer parte do Brasil, por isso vamos a bares ruins,que tem mais a cara do Brasil que os bares bons, onde se serve petit gateau e não tem frango à passarinho ou carne de sol com macaxeira que são os pratos tradicionais de nossa cozinha. Se bem que nós, meio intelectuais, quando convidamos uma moça para sair pela primeira vez, atacamos mais de petit gateau do que de frango à passarinho, porque a gente gosta do Brasil e tal, mas na hora do vamos ver uma europazinha bem que ajuda. A gente gosta do Brasil, mas muito bem diagramado. Não é qualquer Brasil. Assim como não é qualquer bar ruim. Tem que ser um bar ruim autêntico, um boteco, com mesa de lata, copo americano e, se tiver porção de carne de sol, a gente bate uma punheta ali mesmo.

Quando um de nós, meio intelectuais, meio de esquerda, descobre um novo bar ruim que nenhum outro meio intelectual, meio de esquerda freqüenta, não nos contemos: ligamos pra turma inteira de meio intelectuais, meio de esquerda e decretamos que aquele lá é o nosso novo bar ruim. Porque a gente acha que o bar ruim é autêntico e o bar bom não é, como eu já disse. O problema é que aos poucos o bar ruim vai se tornando cult, vai sendo freqüentado por vários meio intelectuais, meio de esquerda e universitáriasmais ou menos gostosas. Até que uma hora sai na Vejinha como ponto freqüentado por artistas, cineastas e universitários e nesse ponto a gente já se sente incomodado e quando chega no bar ruim e tá cheio de gente que não é nem meio intelectual, nem meio de esquerda e foi lá para ver se tem mesmo artistas, cineastas e universitários, a gente diz: eu gostava disso aqui antes, quando só vinha a minha turma de meio intelectuais, meio de esquerda, as universitárias mais ou menos gostosas e uns velhos bêbados que jogavam dominó.

Porque nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos dizer que freqüentávamos o bar antes de ele ficar famoso, íamos a tal praia antes de ela encher de gente, ouvíamos a banda antes de tocar na MTV. Nós gostamos dos pobres que estavam na praia antes, uns pobres que sabem subir em coqueiro e usam sandália de couro, isso a gente acha lindo, mas a gente detesta os pobres que chegam depois, de Chevete e chinelo Rider. Esse pobre não, a gente gosta do pobre autêntico, do Brasil autêntico. E a gente abomina a Vejinha, abomina mesmo, acima de tudo.
Os donos dos bares ruins que a gente freqüenta se dividem em dois tipos: os que entendem a gente e os que não entendem. Os que entendem percebem qual é a nossa, mantém o bar autenticamente ruim, chamam uns primos do cunhado para tocar samba de roda toda sexta-feira, introduzem bolinho de bacalhau no cardápio e aumentam em 50% o preço de tudo. Eles sacam que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, somos meio bem de vida e nos dispomos a pagar caro por aquilo que tem cara de barato.

Os donos que não entendem qual é a nossa, diante da invasão, trocam as mesas de lata por umas de fórmica imitando mármore, azulejam a parede e põem um som estéreo tocando reggae. Aí eles se fodem, porque a gente odeia isso, a gente gosta, como já dissealgumas vezes, é daquela coisa autêntica, tão brasileira, tão raiz.

Não pense que é fácil ser meio intelectual, meio de esquerda, no Brasil! Ainda mais poque a cada dia está mais difícil encontrar bares ruins do jeito que a gente gosta, os pobres estão todos de chinelo Rider e a Vejinha sempre alerta, pronta para encher nossos bares ruins de gente jovem e bonita e a difundir o petit gateau pelos quatro cantos do globo. Para desespero dos meio intelectuais, meio de esquerda, como eu que, por questões ideológicas, preferem frango a passarinho e carne de sol com macaxeira (que é a mesma coisa que mandioca mas é como se diz lá no nordeste e nós, meio intelectuais, meio de esquerda, achamos que o nordeste é muito mais autêntico que o sudeste e preferimos esse termo, macaxeira, que é mais assim Câmara Cascudo, saca?).

-- Ô Betão, vê um cachaça aqui pra mim. De Salinas quais que tem?

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Seu olho me olha, mas não me pode alcançar

Essa vai para Língua, que agora pode dizer que é a chuva que lança areia do Saara sobre os automóveis de Roma. Saudades, amigo.

Diabo do Meu Ódio não gosta dessa também não? Foda, mas quem não é recôncavo também não pode ser reconvexo.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Post de merda

Eu quero conversar, estou um pouco melancólica... Não tenho um tema específico mas hoje é dia de postar e eu não tenho a menor idéia do que escrever. Reforma da língua? Propagandas na TV a cabo? Maysa?
Sem vontade nenhuma. Mas por falar nela, tenho algumas considerações a fazer. Eu estou ficando assustada com a quantidade de gente que veio me dizer que e série é a minha cara. A série é uma merda (apesar disso eu estou completamente viciada nela), a atriz é uma canastrona e a Maysa é uma bêbada irascível, mal amada e mãe desnaturada. Fico curiosa para saber o que diabos em mim é parecido com aquela mulher. Será que ela parece comigo por que eu sou linda, rica e famosa? Será pela minha belíssima voz? Ou meu ex marido milionário? Nada a ver ó. Gosto não. Vamos encerrar esse assunto ok? Chega de me chamar de Maysa. Aceito Amy, Borderline ou Bonequinha-sem-limite-da-Estrela de bom grado. Maysa não. E mudemos o rumo da prosa.
Adoro quando chegam amigos de fora aqui em Pequenópolis. Eu faço um monte de programas que normalmente não faria. E sempre me pergunto: Por que eu não faço isso sempre? Lógico que tantas outras vezes eu digo para mim mesma: Meu Deus do céu, que programa oó.
Copycat chegou de Brasília nesse final de semana. Apesar de não poder ser considerado um turista propriamente dito, por que tá sempre aqui, fizemos essas tais coisinhas que eu me arrependo de não fazer com mais frequência. Ontem nós fomos ver o por do sol na Beira Mar, acredita? Lindo demais apesar de caríssimo. Não o por do sol, claro. A malvada da cerveja. Antes disso fomos na Vilanir, um restaurantezinho perdido no meio de uma favela com uma comida divina e barata. E eu só vou com os turistas. Órbita domingo a noite? Nunca tinha ido, adorei. Cachorra? Só fui por causa dele.
Juro que dessa vez não vou reclamar da Cachorra, nem do Amici's nem da Marechal. Não vou falar por que não gosto de ser repetitiva. Quem foi sabe do que estou falando. Semana que vem, certeza absoluta me acharem na praia, aperreando o Rogério. Não falo mais nisso, mas sinto saudades deles, de como era bom e familiar chegar lá e curtir o som que eles tocam. Cheguei em casa triste no sábado. Até um bom amigo que toca por lá me confidenciou que achou a coisa toda muito ruim, muvucado demais. Fico feliz que eles tenham o reconhecimento do público e que sejam procurados pela imprensa mas isso não é mais pra mim, a Cachorra agora é dos gafanhotos.
Desculpem o banzo, definitivamente não me programei essa semana para escrever sobre absolutamente nada. Eu ando cheia de saudade e isso me deixa triste. O que é uma merda por que a tristeza tira todo meu mau humor, fonte de minha inspiração. Não consigo pensar em uma única coisa desaforada para dizer, nenhuma idéia interessante para tratar, nenhum vídeo incrível para indicar. Só eu mesma e meu abuso e um monte de erros de português que deve ter aparecido. Ainda não tive tempo de assimilar essa mudança na língua e deve demorar um pouquinho para eu pegar as novas normas.
Foda-se, tô só enrolando e fazendo vocês perderem seu tempo e o que é pior, perdendo meu precioso tempo. Podem ir. Beijo, me liga.