quinta-feira, 30 de abril de 2009

Dia bonito pra chover

Hoje fui ao banco sacar dinheiro pro feriadão. Estacionamento pago apesar de ter a franquia de meia hora para usuários do shopping. Saquei cento-e-cinquenta-reais. Meia hora de contagem (e recontagem) depois saem duas cédulas. Esquecí daquele esquema que eu mesma propago para receber dinheiro trocado. Primeiro saco noventa, depois quarenta, depois vinte. Resultado do lapso? Uma cédula de cem e outra de cinquenta. A travessei a rua e fui no café da Siciliano, dentro do Iguatemi. Fiquei com dó da barista, que é sempre tão gentil, e raspei minhas moedinhas pra pagar a bebida.

Saí correndo, com o café ainda fumegando na mão e rumei para o estacionamento do banco. Dia chuvoso, engarrafado, ruas alagadas, banho de lama e um sinal que me deixou presa no meio da avenida. Entrei no carro, liguei e segui para a guarita para entregar meu ticket pago pela farmácia Pague Menos. FILA.

Finalmente chegou minha vez. Encosto o carro na guarita e entrego o papel com adesivo. A mulher emburrada do caixa olha pra mim e diz:

- Dois reais. (Faltou o "senhora". Relevei.)
- I beg your pardon?

Muxoxo

- Dois reais. (Senhora?)
- Quantos minutos eu passei da franquia?

A mulher suspira

- Um minuto. (Dessa vez eu não relevei)
- É senhora, viu querida? Me dê meu ticket de volta!

Dei ré e estacionei o carro de novo. Nem a pau que ia pagar dois reais por causa de um minuto. E ainda abrir uma vaga no estacionamento. Bem doido. Fiquei jogando no celular e exercitanto o meu direito sagrado de não deixar a vaga, que eu paguei (ou pagarei, it doesn't matter) , desocupada por um minuto sequer. O mau humor era tanto que não deu nem pra curtir meu café Santo Grão. Engoli o pobre como se fosse água. Fiquei com mais ódio e... vocês sabem, cabeça vazia, morada do cão.

Alimentei meu ódio por quase meia hora. Bando de fela. Não bastasse uma atendente com cara de cu (Nessa hora não relevei nem o fato de ela trabalhar dentro de uma caixa retangular. Quem mandou ser feia, mal-educada e burra? Merece mesmo trabalhar num cubículo), e ainda por cima querem cobrar uma exorbitância por culpa de uma fila que eu não causei. Muita audácia mesmo.

Na hora certa, voltei pra guarita e saquei a cédula de cem reais. Morra! A cara que ela fez foi impagável. Fiz minha cara de pau/irônica standard e olhei pra ela. Pensei que ela não seria burra ou desaforada o suficiente para me entregar noventa e oito reais todo trocado (ou melhor, burra ela seria mas achei que não teria mesmo esse montante). Estava certa. Muito do dinheiro estava em cédulas grandes, mas ela me deu VINTIREAIS em cédulas de dois e moedas de um. Eu já havia me preparado psicologicamente para isso, portanto peguei o dinheiro e comecei a contar calmamente na cara dela. Recontei. Organizei cara contra cara em ordem crescente. Guardei na carteira. Peguei as moedas, guardei na bolsinha. Peguei as moedas de cima do painel e guardei também. Olhei pelo retrovisor e vi que a fila estava crescendo. Pedi o recibo. Sorrisinho cínico ensaiado. E tenha um bom dia "querida"

Humpf

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Desperate housedaughter (mother)

Desulpem-mais uma vez por estar tão relaxada com relação ao blog. Tenho uma desculpa dessavez também. Eu ainda não tive tempo de fazer nem o post de aniversário de Lingua. Só isso já é motivo para punição. Mais ainda por que o aniversário dele aconteceu em duas etapas durante a semana santa, que foi cheíssima. Mais um motivo para postar foi a presença vencedora do Cinéfilo e Dentista para o tal feriado. Muitas estórias pra contar e tempo nenhum pra pensar sequer no tema do post. Como eu me conheço, ja sei que esse post subiu no telhado ja que hoje já é quinta e certamente mais aventuras virão no final de semana.

A desculpa é a seguinte. Estava na cozinha a semana inteira ajudando mamãe. Mentira, cozinhando sozinha e expulsando a pobre da cozinha. Acontece que a comida dela é intragável e, todos sabem, eu adoro comer. Tem idéia do que é um arroz ruim? Imagina o resto... Tomei as rédeas da cozinha e passei a semana muito bem obrigada, mas atolada em"compromissos".

No meio dessa loucuuuuuura que foi a semana só deu tempo mesmo de postar no twitter, meu novo vício. Fácil e descompromissado, do jeito que eu gosto. Mas juro, ainda vou fazer seu post Língua. Hoje ainda não que eu tenho que ajudar uma criatura a fazer o dever de casa.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Domingo alegre

Semana cheíssima. Reuniões de trabalho, DR de não-relação, festa de aniversário para o Tratante-mor e um famosíssimo Linner (lunch+ dinner) do séquito na casa da Flor. Pra variar cerveja dando nas canelas e muita, muita putaria.

Desde muita cedo experimentei no mundo real uma espécie de sentimento de inadequação. Vocabulário, vestimentas, o cigarro, a bebida (outros). Na Matrix, normalmente, minhas facetas são encobertas por filtros (de paetês, com glitter e strass). É por isso que eu gosto mesmo é da companhia deles, que não me julgam, não fazem piada de mau gosto e ainda me abastecem de todos os besteiróis de novela, big brother e dos bafóns que rolam em Pequenópolis e no mundo.

Ontem o que rolou depois da ja tradicional sessão de fofocas, foi a atualização dos videos do youtube. Só quem estava lá pode entender tamanho show de non sense. Faltei me arrebentar de tanto rir com os videos "educativos" da Fran (BBB9). E é por isso que vou deixar vocês com eles.

Recomendo uma dose de extra de barbitúricos e/ou umas cervejolas para acompanhar. Para os tímidos eu recomendo também a ausência do(a) namorado(a).

P.S. So deu pra colocar os links por que os videos ultrapassam o limite permitido pela merda do blogger.

Fran "Johansen"

Fran "Johansen" 2

Fran "Johansen" 3

quinta-feira, 2 de abril de 2009

With love, from me to you


"Da-me lírios,
Lírios e rosas também.
Mas se não tens lírios
Nem rosas a dar-me,
Tem vontade ao menos
De me dar os lírios
E também as rosas.
Basta-me a vontade
Que tens, se a tiveres
De me dar os lírios
E as rosas também.
E terei os lírios
Os melhores lírios
E as melhores rosas
Sem receber nada,
A não ser a prenda
Da tua vontade
De me dar os lírios
E as rosas também."

Álvaro de Campos


A expressão "Papel de enrolar prego" diz muito sobre minha personalidade. Eu, de fato possuo relativo déficit de habilidade social. Abraços e beijos são coisas difíceis vindas de mim, e são para pouquíssimos. Por outro lado, comentários ácidos, secos, politica e ecologicamente incorretos eu distribuo panoramicamente.

Namoros, relações avulsas e até meu casamento sempre foram desprovidos de declarações de amor públicas. Sempre achei meio truanescos os apelidos melosos. Ainda hoje acho.

Hoje eu fiquei com vontade de postar por que ontem foi aniversário do Diabo do meu Ódio e eu não postei nada. Não por que não quisesse, mas sabe aqueles mal entendidos? Ele diz: "Não precisa" E eu automaticamente entendo: "Não quero que você faça isso por que é um mico em potencial" ou "Sou discreto, corro longe dos holofotes do seu blog". Hoje eu vi que deveria ter insistido, que era só frescurinha mesmo do tipo "Não quero incomodar".

Devia ter insistido, apesar de eu mesma relutar em escrever um post de aniversário para um namorado. Sempre fico na dúvida se esse enfoque cabe aqui. Resolvi mandar tudo isso para as cucuias ja que tantas outras pessoas foram homenageadas por aqui também.

Devia ter insistido por que ele me ajudou a superar o pânico de relações monogâmicas, esperou meu tempo, me pressionou na medida certa. O velho e bom "comer pelas beiradas" fez hoje, eu, Papel, escrever um post de aniversário ridículo (Por que "Todas as cartas de amor são ridículas" de acordo com Álvaro de Campos).

Devia ter insistido também por que ele me fez redescobrir certos prazeres que só lembrava de desfrutar na adolescência. Coisas outrora ridículas, do tipo: ser chamada de namorada, me agarrar no sofá da minha mãe e no subsolo do prédio, andar de mãozinhas dadas e contar os dias que a gente tá junto. Outras coisas da gente eu jamais fiz (não revelo) e me arrependo terrivelmente por que até estou curtindo essa babaquice de mulher apaixonada e grotesca.

Os apelidos não, eu os mantive terríveis. Com Ele alcancei certo requinte. Tô morta de orgulhosa. Até por que em determinado momento eu tenho que me olhar no espelho e me reconhecer, quem sabe até sentir certo amor próprio. O post meloso eu até faço, mas desaforos aparecem fatalmente.

Portanto, Diabo do meu Ódio, Toalha Inútil, Mongolzinho Disléxico, Bala Pipper, Cláudia plus one, esse post é dedicado exclusivamente a você. Feliz aniversário querido.

P.S. Amigos, favor guardar suas zombarias para quem se incomode com elas. Tenho dito.