quinta-feira, 3 de julho de 2008

Sincronicidade.

Prometi a mim mesma que não citaria nem tão cedo as semelhanças das aventuras do Séquito com os roteiros da série Sex and the city. Isso eu prometo. Já tava ficando chato, repetitivo e sem graça. Resolvi que escreveria, durante pelo menos uma semana, sobre os desaforos que tenho que engolir nessa cidade que chamo carinhosamente de Pequenópolis. Um deles já foi.

Bom, resolvi que hoje preencheria minha manhã olhando vitrines. As vezes olhar, pegar e provar roupas me dá tanto prazer quanto levá-las para casa.

Uma pergunta sempre martela na minha cabeça to-das-as-ve-zes que faço esse tipo de programa: Que diabos aconteceu com a moda? Juro que não entendo. Assisto aos desfiles, conheço as propostas dos estilistas mas não entendo nada de moda comercial. As passarelas mostram estilos tão variados, com cartelas de cores diversas, texturas, alturas de saia, visuais masculinizados ou extremamente femininos. Enfim, uma infinidade de possibilidades para mulheres. E por que diabos só se vê leggins, calças de cintura alta, maxibolsas e sapatilhas?

Resolvi que provaria estas ditas calças skinny de cintura alta. Juro que me despi de todo o preconceito que tenho de roupas exclusivas da estação. Daquelas que daqui a seis meses a gente vê as fotos e pensa: Meu Deus, como pude? E sabem o que aconteceu? Fiquei ridícula. Claro! Pior de tudo é ter que escutar da vendedora: - Aíammm ficoa lindoam! E o preçoa tá óatimo! Vai Dona Rica! Acho lindo isso, vendedor de loja que ganha comissão dizer que um pedaço de pano custar duzentos reais é um preço ótimo. Deu vontade de mandar a moça catar coquinhos e dizer que jamais, em tempo algum, ela me veria tirando um centavo do bolso baseado no conceito estético de uma carioca do Montese.

Corri para minha loja de departamento favorita. Meu santuário. Lá ninguém me aborda, nem me mostra o que "estão usando", não ficam metendo a cara no provador e dizendo que a roupa tá ótima apesar do que o espelho me diz.

Adoro a minha loja de departamento por que, ao contrário das outras lojas que eu frequento, o espelho não mente, não emagrece nem me deixa com as pernas mais longas. Na verdade ele é o mais cruel de todos, luz branca e tudo. Morria de medo de entrar lá quando achava que estava magra. Ele me mostra tudo, as dobrinhas, a proporção exagerada do quadril, as celulites...

Pois bem... Provava eu uma quantidade enorme de ropas sem graça. Eis que o telefone toca. Uma amiga ali, vocês não conhecem não. Uma amiga fina no último. Me ligava para fazer um convite pra lá de especial. Seu aniversário. Ela é daquelas amigas que faz tudo com esmero. Vive a vida de maneira tão especial que contagia todas as pessoas ao seu redor. Quando crescer quero ser como ela. Culta, linda e com um senso de humor afiadíssimo.

The thing is, seu aniversário vai ser uma sessão privé de nada mais nada menos do que Sex and the City - O filme. Só para convidados. E eu sou uma deles tá? Morra!!!!!! (Passou, foi apenas um momento Vera Loyola. Emergente áté o último fio de cabelo. Não ligo. Foda-se). Só lembrei do Bruno Chateaubriand que fechou um importante cinema do Rio e exibiu "Brokeback Mountain". Não é um luxo? Confirmei minha presença rapidamente e saí esbaforida do provador. Repassando meu guarda roupa inteiro mentalmente e pensando: Jung não é o máximo?

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