segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Contra o mau olhado eu carrego o meu patuá

Esse negócio de só ter tempo pra postar uma vez por semana tá foda. Eu com várias idéia, pouco tempo para desenvolver as teorias e, pior, uma memória de merda! Tenho que fazer algumas considerações. Antes de mais nada gostaria de explicar algo:

Quando começo a escrever meus posts não existe previsão de como eles irão terminar. Muito pelo contrário. O que acontece é o seguinte: Primeiro a idéia, depois uma vaga noção de como esse quebra cabeça vai se montar. Mais ou menos como encontrar uma ossada e tentar construir um esqueleto. As vezes o texto termina de forma previsiva, outras vezes o esqueleto que parecia humano vira um dinossauro. Processo meio maluco mas Freud explica. Não sei como funciona essa coisa de escrever com outras pessoas que se aventuram a dar a cara a tapa, mas comigo é assim. De qualquer forma gostaria de dizer que caso, ao final desse post vocês não encontrem relação nenhuma entre um comentário e outro, ignorem. Eu estou tentando não me censurar tanto para ver onde vai dar esse exercício, ok?

Sábado teve festa na Biruta. Juro que foi muito difícil tomar a decisão de ir. Não me lembro de ter boas experiências naquelas "festas normais" ou no "galinha de leão". Além do mais, não gosto da "Farra na Casa Alheia". Fui pelos amigos que estariam presentes.

Sim, a barraca Biruta. Na minha adolescência, quando eu não ia sempre escutava que havia sido sensacional, quando eu ia era uma merda. Nunca gostei de hip hop, nem de Fernanda Abreu, Pato fu, Skank e Red hot chilli peppers. Além do mais aquela bebida que vendia lá... Ninguém merece. Tenho até arrepios.

Mas Língua foi tão gentil em me reservar uma camisa para o camarote que eu resolvi ir. (Afinal de contas as companias eram as melhores). Agora chegamos a um dos pontos que me interesava ao pensar no post. A roupa. Quis tanto ter uma máquina para registrar os melhores modelos!!! A mulher pequenopolense possui um talento extraordinário para errar o figurino panoramicamente.

Manhã na faculdade, tarde no shopping, noite na balada (pode ser tanto samba, funk ou boite, não importa). Elas usam A MES-MA ROU-PA! Aparentemente alguém esqueceu de avisar às periguetes que existe um tipo de roupa apropriada para cada situação, evento, clima, etc. Juro que não sei se eu rio ou se choro. Cabelos escovados, óculos de camelô, microvestidos, microblusas, microshorts no topo de mega saltos-agulha. Primeiro problema: apesar de vivermos em uma cidade cuja orla é gigantesca, a cidade parece ignorar a existência desse espaço. A maioria aqui vive e se porta como se a cidade não fosse litorânea e como se a areia e o vento fossem cenográficos.

Como eu já havia falado o que dava acesso ao camarote era uma camiseta (mentira, tinha convite, camiseta, pulseira vermelha e pulseira amarela. Não pergunte o porquê de tanto filtro mas que tinha, tinha). Bom, vocês sabem que a mulherada gosta mesmo de exagerar na customização, em alguns casos não dá nem para identificar a blusa original. Deviam existir regras para isso. E é por isso que postei. Rá.

Regra número 1: Quer ajustar a blusa, ajuste, mas não a imende com outros pedaços de roupa a não ser que você seja um grande estilista e tenha um talento nato para modelagem. Repetindo Es-ti-lis-ta, ok? Costureira não.

Regra número 2: Corte a peça aos poucos, sempre pode dar algo errado e você vai acabar com seu buchinho de fora. E normalmente não é só um buchinho que está em jogo.

Regra número 3: A festa é informal? Ótimo, pode customizar, mas use uma tesoura. De preferência afiada para que não fique parecendo que você cortou a blusa com os dentes ou com uma tesoura escolar.

Regra número 4: Homens. Pode ajustar, diminuir a manga, cortar a gola... mas cuidado para não ficar parecendo a Betina Botox. É mais seguro fazer o seu outing na Music Box.

Quem avisa amigo é.

Algumas outras considerações sobre o evento:

Exitem boas bandas na cidade. Uma delas chamava Groovetown. Vocalista genial, trio de metais, repertório back music sensacional, etc. Sabe o que aconteceu? O trio virou uma dupla e o vocalista foi substituído por uma cantora, que eu não sei bem enquadrar, mas fica entre Calypso, Babado Novo e Limão com Mel. O repertório continua mais ou menos o mesmo com alguns "sai do chão" e "levante a mãozinha" a mais. Tudo isso somado a uma auto-estima elevadíssima apesar da feiúra da moça. O cão!

Depois veio uma tal de "Moinho" que foi a responsável pela animação do brejo. Certeza que o fã clube da Ana Carolina tava lá em peso. E eu, ignorante, que nunca tinha ouvido falar nessa banda, fiquei surpresa com as pessoas singing along. Acho divertida a capacidade de pioneirismo das sapas. Corporativismo feminino rules! Pense num povo pra descobrir banda de mulher... Tadinhas da bichinhas. Elas merecem diversão também, fresque não.

O Olodum foi aquela coisa. Eu não gosto de música baiana nem da Bahia nem de canto nenhum. Mas gosto de batucada e a deles é primeiríssima. Me vi cantando loucamente "ôooo Rosa, ôoo Rosa..." Tirei algumas coisas do fundo de meus alfarrábios mentais. Túnel do tempo mesmo. O palco, a música, a barraca. Só faltou meu aparelho nos dentes e o paraplégico que sempre ia em sua cadeira de rodas. Quem ia lembra. Genial.

O final ficou para a Cachorra. Foda. O som não tava bom e o repertório não mudou nadinha. Certas coisas não funcionam no palco. A Cachorra é uma delas. Eles saõ lindos na avenida mas no palco perdem alguma coisa fundamental. Não sei o quê.
Bateu um tédio por conta da farra toda. Quando eu conto ninguém acredita, mas alguém tentou me passar uma zica. No meio da noite dei uma topada que quebrou minha sandália. Antes ela do que meu pé, mas passei a noite descalça e com a sensação de que alguma coisa de muito ruim ainda ia acontecer por conta daquela olhada venenosa. Até hoje eu procuro minha aura que foi sugada por aquela presença invisível. Juro que não vi de onde veio mas tenho certeza de que era mulher. Só pode. E como meu santo é forte mas não é de ferro, pelo cansaço da farra, pela quantidade de cerveja e pela música eu fui embora meio que sem entender que trem havia sido aquele que havia me atropelado.

Apesar do mal estar cheguei em casa sã e salva e sem ser molestada sexualmente por ninguém.... Opa! De onde isso surgiu? Eu hein... Não tenho idéia de onde isso surgiu mas deve significar algo. Tenho que investigar o que anda acontecendo mas eu aposto que tem alguma coisa a ver com um beijo roubado na porta da barraca, bem na hora de ir embora. Será? Freud deve explicar. Eu vou continuar investigando...

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