terça-feira, 4 de novembro de 2008

O tempo subiu no telhado

Exatos sete dias desde o último post gostaria de dizer que muito aconteceu mas que infelizmente não tenho tempo para organizar as idéias de maneira satisfatória. Semanazinha maluca essa minha, deusulive!

Pra começo de conversa o Dentista chegou na quinta e já foi embora ontem. Uma merda esse tempo corrido e eu cheia de coisas a fazer. A primeira, primeiríssima é aquela, você-sabe-o-quê. Tá me matando essa coisa.

Fazendo um balanço hoje a estada dele foi mais ou menos assim. Aeroporto, almoço, praia, Arlindo, Tonhão. Sábado o Dentista tinha que ficar com a família eu com o Chucrute, ainda tinha o aniversário do Lorão, que eu não podia pra faltar por motivos óbvios. Domingo, eu tinha a corrida (nem me fale) e ele provas. Ontem já foi dia de despedidas.

A queixa recorrente do rapaz foi só uma "Não vi o povo". Sério mesmo, quem ainda acredita que, em Pequenópolis, um simples telefonema de um amigo que mora longe resolve todos os problemas? Que nada. Cinéfilo costuma dizer que as pessoas aqui são mais disponíveis do que em Metrópolis. Essa teoria, pra mim, subiu no telhado. Por várias vezes consecutivas ele tentou ver os amigos e não conseguiu. Era sempre a mesma justificativa. Trabalho, tempo, liseira.

Cinco dias em Metrópolis eu já havia encontrado todos os queridos. O que mudou? Lá tem cearense demais morrendo de saudade do sotaque da terrinha? Ninguém havia notado que a vida aqui tornou-se massacrante, o dinheiro curto, o trânsito infernal e as distâncias muito longas?

Acho que essa idéia de que aqui o ritmo de vida é mais lento é bullshit (also bullcrap, bullplop, horseshit, or jocularly bovine deficate). Talvez fosse verdadeira uns anos atrás. Antes era facinho reunir um grupo de dez amigos num bar para um happy hour. Eu, que sou rata de bar, até encontro, vez por outra, os amigos, também ratos de bar. Mas a regra não é essa. Não mesmo. Passo meses sem ver muitos deles.

Então, o que resta a nós que vivemos aqui? Amadorismo, péssimos prestadores de serviço, violência, gente mal educada, calor e trabalhos mal remunerados. Levante o braço quem ainda acha que a praia, o Arlindo e o Tonhão ainda fazem Pequenópolis valer a pena.

Assim, gostaria de dizer que não vale apelar para o sentimentalismo. Eu sei que as pessoas são bacanas, mas eu conheço um monte delas que já tá indo embora... Só vai sobrar gato véi aqui. Rá.

Quem sair por último, por favor, apague esse sol senegalês.

2 comentários:

Cinéfilo disse...

Guarde esse post.
More em Metrópoles por 1 ano.
Releia-o.
Algo pode mudar nesse período.
Beijo.

Rita Brum disse...

Cara amiga,
também deixo registrado todos os elogios e orgulhos de quem ama e vê um colorido ainda mais vivo neste ser amado. Ainda que o próprio sentimento desencadeie cores, não há como avivar um tom se este já não existisse antes. De modo que, assim como adoro suas expressões tão próprias de ser, adoro o próprio ser. E que sejam ditas aqui (em meu comentário)todas as redundâncias. E que sejam inspiradas todas as idiocrassias, sinédoques e vômitos inesperados.
Eu também amo você.