segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Não é pre qualquer bico não, mané

Faltando apenas dois dias para meu aniversário de trinta anos sentei a bunda na cadeira para levantar um assunto que venho adiando faz um bom tempo. Não liguem, não faz muito sentido, eu estou apenas tentando organizar idéias na cabeça de forma racional. Como eu não faço análise essas incongruências têm que ser colocadas no papel para que finalmente eu chegue a uma conclusão que me agrade.

EU SOU CARETA.

Tem idéia? Resolvi fazer esse post por causa de algumas conversas que andei tendo com amigos e cheguei a seguinte conclusão: Caretíssima. Desde aquele post maldito inspirado no Caio Fernando Abreu esse assunto vem retornando às mesas de bar. Tudo partiu do seguinte comentário de Flor:

"Você acha que é mais libertária do que é de fato. Você é monogâmica, detesta homem fácil, não trai seus namorados e não transa no primeiro encontro."



Sabe que é verdade? Foda! Eu passei tanto tempo para construir uma auto-imagem e não é que ela é completamente equivocada? Eu sou uma farsa!


Com relação a monogamia eu não vou nem dizer nada, afinal de contas, eu não acredito MESMO em relações baseadas nela. O fato de eu, por opção, gostar de ficar com uma pessoa só é outra coisa. O que não significa que eu não tenha vontade de ficar, amiúde, com outras pessoas enquanto apaixonada por outrem (Rá). Então eu retorno à frase do amigo compositor "Um Deus me deu vontade, outro me deu preguiça". Tenho mesmo. Preguiça de aturar mais de um homem ao mesmo tempo. Dizendo isso não preciso mais falar sobre fidelidade. Não é força de caráter não, é a tal da falta de ânimo.

Em minha defesa gostaria de dizer que vivo a fase menos monogâmica da história. Tudo muito relativo, é claro. Fico com um de cada vez, as vezes dou a prerrogativa da segunda ficada. Se quiser bom, se não quiser... Pegue o beco, vou para o próximo da fila. (Agora que a entressafra acabou eu faço isso mesmo.) Relativo também por que eu só estou nesta fase galinácea por que o filho da mãe do Darcy tá fazendo doce. Ou seja, o tal do homem difícil.

Difícil ou tapado, ainda não sei. Meus ficantes (eu escrevi essa palavra no plural foi? Viu? Nem tão careta assim. Rá) dizem que meus sinais "óbvios" nunca são tãaaao claros assim para eles. E eu achando que para ser mais que isso, só pendurando um letreiro no pescoço. Vou fazer o quê, pedir o msn dele? Nananinanã, me nego (caretice eu sei). Além do mais, os homens gostam de ter a ilusão de ELES escolhem ficar com as mulheres e não o contrário. Bom, mas é um fato, ainda não sei o que pensar a respeito de Darcy. Vamos ver o que acontece no meu aniversário. O problema são os Outros que fatalmente vão aparecer. Quando isso acontece, eu já sei, acabo a noite sem nada! To be continued...


E por falar em Darcy, foi ele que me estimulou a escrever sobre isso. Gostou da minha teoria de não transar no primeiro encontro. Ele diz que existe um vácuo de entendimento entre homens e mulheres nesse campo de batalha. Eu alimento a esperança de que, na verdade, ele está tentando conhecer a teoria inteira para não errar na hora H. Eu só citei o segundo homem. Ainda acho arriscado falar da minha preferência pelo primeiro. O terceiro pode ser ele mesmo. Vocês vão entender.


Eis minha teoria: Existem três tipos de homem.


O primeiro é o Apalpador, não precisa explicar né? Ao dizer isso gostaria de afirmar que não existe nenhum julgamento aqui. Normalmente eu quero é ESSE homem. Mas aqui entre nós esse é um espécime praticamente extinto. Para mim ele só existe no campo ideal, peguei poucos desse tipo, a maioria eram apenas híbridos. (Esses são um pouco mais burocráticos, o sexo fatalmente acontece no segundo encontro. Vez por outra viram o segundo tipo de homem.) Adoro essa possibilidade de dez e pouco da noite os dois já estarem completamente decididos a se comer. Pula a etapa do blá blá blá e vai direto ao assunto. Sem discutir relação nem pedir em namoro. Lindo. Duas horas da manhã você ja está em casa e no dia seguite não existem testemunhas afirmando que você estava se pegando panoramicamente num canto de muro às três da manhã. Mico.


O segundo homem é o próprio Respeitador/Maníaco. Desses eu já peguei vários. Ele é atencioso, segura sua mão, compra cerveja, alguns até beijam sua testa num sinal às avessas de que é uma figura séria e confiável. (Homens, vamos combinar. A única pessoa autorizada a beijar a testa de qualquer mulher que você esteja pegando é o PAI dela. Fazer isso é passar atestado de cafajeste). Eu não me iludo, conheço o tipo. Pouco depois da meia noite bate o desespero no cara que, sei lá, não quer perder a oportunidade de comer alguém até o final da noite. Então o príncipe vira um sapo que vai logo metendo os pés pelas mãos, pedindo de forma grotesta para te comer embaixo de uma árvore ou no tal canto de muro. E mais, deixa a entender que caso não vá rolar ele vai pegar o beco. Alguns deles ligam no dia seguinte alegando insanidade temporária, bebedeira ou possessão. Um horror. Dou nem a pau. Não tá vendo?


O terceiro é o mais letal, o homem Matrix. A maioria das mulheres não sabe conscientemente que eles existem, mas ele tá lá... Hora se fingindo de Apalpador, hora de Híbrido. Ele não faz absolutamente nada, só vai pro encontro marcado, esperado ansiosamente e finge que os dois são amigos(!!!). Mata a mulher na unha até ela implorar. Até seus nervos estarem em frangalhos. Sai dizendo: A gente se vê... Daí fica fácil comer qualquer hora do dia ou da noite. Em canto de muro, no pé de uma árvore e Deus sabe mais onde essa mente pervertida gosta de levar suas vítimas.


Tá vendo? Querer dá eu até quero mas o homem Matrix faz doce...

Um comentário:

Cinéfilo disse...

Só pra registro: esses três tipos básicos de homem podem até existir para as mulheres. Para os gays a história é bem outra. Tem uma crônica do Caio Fernando exemplificando bem os tipos básicos da nossa fauna. Depois posto aqui o nome da crônica. Beijo